Rebeca e Flávia apoiam alemãs: calças na ginástica são uma vitória feminina
Nona colocada na prova por equipes, a seleção de ginástica artística da Alemanha chamou atenção dentro da área de competição também pelo uniforme que utilizou neste domingo (25), durante as qualificatórias das Olimpíadas de Tóquio. Assim como havia ocorrido no treino de pódio, na quinta-feira, as atletas alemãs utilizaram um full-body suit - ou seja, um collant que veste o corpo todo, como uma calça, até o tornozelo.
A novidade já havia sido apresentada no Campeonato Europeu pelas atletas da Alemanha e, agora, aparece pela primeira vez nos Jogos Olímpicos. Segundo as alemãs, o novo modelo de uniforme é um incentivo para que meninas mais jovens não se afastem da ginástica durante a puberdade, período em que é comum sentir-se desconfortável usando um collant cavado. Mas, principalmente, elas questionam a sexualização do corpo da ginasta mulher, enquanto os homens competem com as pernas cobertas.
As brasileiras Flávia Saraiva e Rebeca Andrade, que competiram na mesma subdivisão, elogiaram a iniciativa das alemãs. "Isso está sendo uma conquista enorme para as mulheres. Os olhares diferentes, as coisas que as pessoas falam na internet, no direct no Instagram, a gente tem que aturar, e não precisa. A conquista delas é conquista nossa", afirmou Rebeca, ressaltando que não se sente desconfortável no collant tradicional. "Elas ficaram lindas na roupa que estavam, mas eu sinto muito linda, feliz, na roupa que estou."
Flávia Saraiva foi pelo mesmo caminho. "É uma vitória das mulheres. A gente veio trabalhando não só de hoje, mas durante anos. É uma vitória para a gente também. Eu me sinto confortável (no collant tradicional), mas a gente recebe várias mensagens no Instagram, outras redes, até pessoas na rua, quando a gente está de roupa... Elas buscando isso é uma vitória para todas as mulheres do mundo".
Em entrevista à SporTV, Rebeca falou da importância da iniciativa para ginastas mais jovens. "As pessoas têm que nos respeitar, a gente tem que usar o que se sente confortável e diminuir ao máximo esse lado sexualizado da mulher. Isso mostra que a gente está lutando por uma coisa que vai fazer a diferença, que vai fazer outras gerações se sentirem melhor. Se sentir confortável num collant que te deixa segura é o melhor a se fazer."
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