Nunca o telespectador esteve tão perto dos atletas em Jogos Olímpicos
Sem poder comparecer às competições olímpicas, o público japonês conta ao menos com uma vantagem: ver parte das Olimpíadas pela tevê a partir de imagens em 8K da NHK, a empresa estatal do país. Ou, como está sendo divulgado, "no limite do olho humano". A experiência permite uma "proximidade" nunca vista do telespectador com os atletas. E, sob a tecnologia Multi-Cam Replay. É possível visão de performances em variedade de ângulos inusitados, com replays acionados em pontos diferentes de tempo.
As imagens são fornecidas pela OBS (Olympic Broadcasting Services), que a partir de 2001 se tornou a responsável exclusiva pela captação dos Jogos para o Comitê Olímpico Internacional (COI).
O privilégio dos telespectadores japoneses - 200 horas em 8K - é possível porque a NHK, emissora estatal do país, é a única com tecnologia para receber essa geração de imagens e distribuí-las em larga escala.
Assim, Tóquio-2020 é um marco, pela transição tecnológica mais que significativa da tevê: o UHD (Ultra High Definition), também conhecido por SHV (Super Hi-Vision), equivale a 16 vezes a resolução do HD (High Definition). Para além das siglas, o espectador acompanhará detalhes deslumbrantes pelo canal BS8K (Broadcast Satellite 8K).
Em países como o Brasil, é preciso fazer uma "desconversão", porque a tevê digital só deverá suportar transmissões em... 4K (ainda) em 2023.
Mais conteúdo, mas possibilidades
A OBS anunciou aumento de 30% no conteúdo, em relação ao Jogos do Rio 2016. E a novidade do armazenamento em nuvem (de até 9 mil horas de imagens de 17 dias de competições) permite mudança de foco: em vez de apenas conteúdo esperado para tevê, abre possibilidades para plataformas digitais. Espetadores agora se voltam para diferentes formatos em diferentes, como os mais adequados a redes sociais em celulares, tablets e laptops, por exemplo.
Outra novidade é com relação à internet móvel de alta velocidade: a 5G se mostra de dez a 20 vezes mais rápida que a 4G, permitindo transmissão de vídeos com imagens em ultra-HD praticamente sem delay. A tecnologia pode se valer de streaming de realidade virtual para novas experiências nos eventos olímpicos - ao alcance das mãos, com o celular.
A OBS se valerá do 3DAT (3D Athlete Tracking) da Intel, sistema por computador a ser acionado no atletismo, com visualizações das formas de corpos em movimento sobrepostas, em tempo real. Nas provas de velocidade, a Inteligência Artificial ainda analisa a biomecânica desses movimentos em replays. E o OBS ainda terá tecnologia de detecção vital, para monitoramento da variação de frequência cardíaca ao vivo de arqueiros, por exemplo, e câmeras analisando mudanças de cor da pele por contração de vasos sanguíneos.
Ainda há muito mais.
Por trás da tecnologia
Mas como eram feitas as transmissões de tevê antes do OBS? A cargo das tevês locais... E em Los Angeles-1984 virou até gozação dos jornalistas não norte-americanos, porque os atletas "do país" nunca perdiam. Se estavam em terceiro na natação, a câmera acompanhava o terceiro, com o locutor exaltando o bronze (e os jornalistas sem saber quem tinham sido primeiro e segundo). Se estavam perdendo no boxe ou beisebol, orgulhos do país - e pior, para Cuba -, a transmissão era cortada e se passava a algum esporte onde os norte-americanos estivessem ganhando...
Somente em imensos telões verticais no Centro Principal de Imprensa (Main Press Center, ou MPC na sigla em inglês) de Seul-1988 se pôde ver imagens em superslowmotion. Que só depois de anos passariam a ser corriqueiras nas transmissões olímpicas.
Mas o trabalho das transmissões foi ganhando em importância. E Sydney-2000 consagrou um modelo que valeria como base para o futuro OBS: para cada esporte, foram chamados técnicos em transmissão de cada país que fosse mais forte. Assim, esses técnicos seriam muito mais experientes e "safos" para se colocar em posições que rendessem mais imagens interessantes - câmeras acostumados a coberturas da vela, do boxe, do basquete, do futebol... - e menos erros.
Não, do futebol não foram chamados profissionais do Brasil. A SOBO (Sydney Olympic Broadcasting Organization) chamou brasileiros para o vôlei de praia -um esporte que marcou um novo ciclo relacionado ao público olímpico, com música e muita dança, locutor e participação ativa dos espectadores nas arquibancadas.
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