Rayssa diz que anda melhor quando se diverte na prova: "As coisas fluem"
Rayssa Leal não é uma pessoa comum. A atleta mais jovem a conquistar uma medalha na história do esporte brasileiro tem apenas 13 anos. Suas declarações revelam um choque de gerações e uma maneira de se comportar diferente do padrão do esporte. Logo depois de ganhar prata no skate street nesta segunda, a garota conversou com os jornalistas ainda na zona mista do Ariake Urban Spots Park, em Tóquio.
Entre as revelações, comentou que tenta se divertir nos campeonatos porque acredita ter um desempenho melhor quando está neste estado de espírito. Outra consequência de se manter relaxada é diminuir o nervosismo.
Se divertir significa momentos de descontração. Rayssa explicou que não começou a fazer passinhos na final olímpica. Ela fez dancinhas no TikTok com as amigas desde a noite anterior. Tudo muito alegre, mas a medalhista não vacila quando falar da importância da prata. Ela conta que é uma prova de que o skate não é só para menino e homens.
Medalhista mais nova da história do Brasil
Uma menina com aparelho nos dentes e somente 13 anos subir num pódio olímpico é surpreendente e bonito. As pessoas tinham curiosidade para saber o que Rayssa sentiu ao se tornar a medalhista mais jovem do esporte nacional. Mas ela ainda não havia digerido a façanha.
"Não caiu a ficha ainda de poder representar o Brasil e ser a das mais nova a poder ganhar uma medalha. Eu estou muito feliz e este dia vai ser marcado na história."
A garota pode não ter conseguido processar o momento, mas não escondeu a emoção. Logo na primeira entrevista, ainda na beira da pista, ela não tinha voz. Chorava tanto que precisou usar a camiseta para secar o rosto.
Descontração na final
Foi a primeira final do skate na história das Olimpíadas. As arquibancadas receberam somente as seleções, gente que entende do esporte. A reação destas pessoas refletia a tensão que uma prova desta envergadura produz. O animado skate estava quietão. Com Rayssa foi diferente. Em vários momentos a atleta fazia dancinhas e ria com as outras competidoras. Ela acha que desta forma tem melhor desempenho.
"Eu tento o máximo me divertir porque eu tenho certeza que me divertindo as coisas fluem. Deixa acontecer naturalmente. E de estar dançando ali é muito engraçado."
As danças não foram algo que surgiu no momento. Rayssa já foi dormir fazendo passinhos. "Desde ontem a gente fez TikTok, ficou dançando, se divertindo. Eu tento o máximo ficar mais leve e não pegar toda esta pressão."
Servindo de inspiração
Rayssa conhece bem os caminhos do skate e sabe que a medalha de ontem ajuda que mais meninas possam praticar skate sem sofrerem preconceitos. Esta consciência existe porque ela ouviu que o esporte era coisa de menino.
"Saber que tantas meninas já me mandaram mensagens no Instagram dizendo que começaram a andar de skate, ou os pais deixaram [elas] andarem de skate por causa de um vídeo meu me deixa muito feliz. Porque foi a mesma coisa comigo. Eu tinha mostrado um vídeo da Leticia [Bufoni] andando de skate e meu pai viu e falou beleza."
Rayssa não tem dúvidas que a medalha pavimenta um caminho de barreiras que foram quebradas. "A minha história e a história de outras skatistas quebrou esta barreira de que skate era só para meninos, para homens. E saber que a gente está aqui e eu posso segurar uma medalha olímpica é muito importante pra mim".
Um evento gigante
O skate está no programa olímpico pela primeira vez. O que acontece nos dois últimos dias nas redes sociais de Rayssa fez perceber o tamanho da repercussão do evento.
"Eu não sabia que meu Instagram está com mais de dois milhões de seguidores. Eu quero ter um tempinho para olhar, falar com meus pais que alugaram uma chácara de futebol e colocaram um telão para assistir eu andando de skate. Desde o começo nas redes sociais, sempre foi o sonho de ter meu primeiro milhão. Ontem eu ganhei um milhão e hoje já tenho dois. Que isso! E tenho uma medalha."
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