Olimpíadas: "azarões" brilham e desbancam favoritos em Tóquio
É muito simbólica a conquista do ouro olímpico. Quando se é premiado com a mais alta honraria do esporte, o atleta grava o seu nome na história e escreve um capítulo especial da própria vida. Nessa edição dos Jogos Olímpicos, por algumas vezes, alguns atletas "azarões" conseguiram chegar ao lugar mais alto do pódio e fizeram de suas conquistas histórias especiais.
Anna Kiesenhofer, austríaca de 30 anos, ganhou o ouro no ciclismo de estrada feminino. Ela, que não tem equipe profissional, parecia presa fácil para as favoritas. A ciclista disparou no início e, aos poucos, foi deixando as adversárias para trás. Cruzou a linha tão à frente que a holandesa Annemiek van Vleunten, segunda colocada, chegou a comemorar como se tivesse faturado o ouro.
A campeã olímpica iniciou a carreira de esportista no triatlo, em 2014, mas acabou deixando a modalidade por causa de lesões. Ela tentou a carreira no ciclismo enquanto fazia mestrado em Matemática na Espanha, e passou a competir entre amadoras em 2017. Kiesenhofer tem dois PhD na área de exatas e dá aulas de matemática na prestigiada universidade de Lausanne, na Suíça. Mas talvez o ouro olímpico faça com que ela se dedique exclusivamente à carreira sobre duas rodas.
O britânico Thomas Pidcock tem 21 anos e, originalmente, não conquistou a vaga olímpica para o mountain bike - ele não tinha ranking suficiente. Sua classificação só foi confirmada por causa de desistências, o que acabou beneficiando o Reino Unido. Veio a pandemia da covid-19, o que já trouxe transtornos suficientes para a preparação. Mas Pidcock quebrou a clavícula em maio e correu contra o tempo para se recuperar e disputar os Jogos.
Na prova, porém, não se viu nem sinal de dificuldades. Largando da 29ª colocação, o britânico ganhou 26 posições na primeira volta. Pouco tempo depois, assumiu a liderança para não sair mais dela. Finalizou a prova com mais de 20 segundos à frente do segundo colocado e levou o ouro para casa.
No Centro Aquático de Tóquio, não se esperava que Katie Ledecky fosse destronada. A nadadora americana estava invicta em participações nos Jogos Olímpicos, sendo dona de cinco medalhas de ouro e detentora de três recordes mundiais.
Ariarne Titmus, australiana de apenas 20 anos, foi uma das ocupantes das oito raias na final dos 400 metros livre. Estreante em Jogos, ela surpreendeu o mundo e levou a medalha de ouro, impondo à americana sua primeira derrota olímpica. "Surreal", disse a agora campeã olímpica, incrédula com o próprio resultado.
Também na natação, a norte-americana Lydia Jacoby só se classificou para os Jogos Olímpicos em função do atraso de um ano imposto pela pandemia. Ela disse que acompanhou a compatriota Lily King competindo no Rio-2016 pela TV, aos 12 anos. Cinco anos mais tarde, aos 17 anos, destronou sua a referência e conquistou o primeiro ouro olímpico da carreira nos 100m peito.
O nadador tunisiano Ahmed Hafnaoui fecha a trinca de surpresas da natação, ao lado de Jacoby e Titmus. Aos 18 anos, classificou-se para a final dos 400 m livre com o pior tempo. Por toda a prova, esteve entre os quatro primeiros. Nos últimos cinquenta metros, acelerou o ritmo e passou o australiano Jack McLoughlin, que liderou a maior parte da prova, para conquistar o ouro.
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