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Richarlison decide contra a Arábia Saudita, e Brasil avança como líder

Richarlison comemora um de seus gols contra a Arábia Saudita no Estádio Saitama, pelas Olimpíadas - Lucas Figueiredo/CBF
Richarlison comemora um de seus gols contra a Arábia Saudita no Estádio Saitama, pelas Olimpíadas Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

28/07/2021 06h57Atualizada em 28/07/2021 11h54

A seleção brasileira venceu a Arábia Saudita por 3 a 1, hoje (28), e garantiu classificação para as quartas de final do futebol masculino nas Olimpíadas de Tóquio. Os gols foram marcados por Matheus Cunha e Richarlison (duas vezes), enquanto Al-Amri descontou para o rival, em Saitama. Richarlison, aliás, se isolou na artilharia da competição com cinco gols.

O resultado classifica o Brasil como líder do Grupo D com sete pontos somados. A Costa do Marfim avança em segundo e a atual vice-campeã olímpica Alemanha já fica pelo caminho.

O jogo das quartas de final das Olimpíadas será no sábado (31), às 7h, novamente em Saitama, contra o Egito, que se classificou em segundo lugar no Grupo C que eliminou a Argentina.

Bruno Guimarães toma conta

Bruno - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Bruno Guimarães tenta jogada sobre Ali Al-Hassan em partida contra a Arábia Saudita
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Como Douglas Luiz está suspenso, a seleção brasileira atuou com Matheus Henrique no meio-campo, o que obriga Bruno Guimarães a ficar mais recuado como primeiro volante. Apesar da mudança de posicionamento, o jogador do Lyon-FRA foi o destaque do time com uma precisão nas ações próxima de 90%, passes decisivos, bolas longas e disposição física. Foi premiado com uma assistência para Richarlison já no segundo tempo.

Problemas pelo alto

Al-Amri - Atsushi Tomura/Getty Images - Atsushi Tomura/Getty Images
Al-Amri cabeceia entre Diego Carlos e Daniel Alves em gol da Arábia Saudita contra o Brasil
Imagem: Atsushi Tomura/Getty Images

Há algo a ser resolvido na defesa da seleção em jogadas de bola aérea. Foram dois gols sofridos contra a Alemanha em falhas individuais de Santos e Diego Carlos e mais uma do zagueiro hoje no gol da Arábia Saudita, aos 26 minutos do primeiro tempo. Depois de uma falta cobrada pela direita, o zagueiro do Sevilla saltou, mas errou o tempo de bola e permitiu que Al-Amri aparecesse entre ele e Daniel Alves. Essa insegurança pelo alto e as decisões ruins de Diego Carlos precisam ser melhor trabalhadas antes do mata-mata.

Só engrenou no fim

Um movimento já conhecido da seleção nestas Olimpíadas rendeu as principais ações ofensivas contra a Arábia Saudita: com a bola, Claudinho sai da esquerda para o centro e abre o corredor para as passagens de Arana — o mesmo vale para Antony e Daniel Alves do outro lado. É uma estratégia, como qualquer outra, com perdas e ganhos. Primeiro o Brasil viu os ganhos, com o gol marcado por Matheus Cunha num escanteio gerado pela presença ofensiva de Arana. O lateral-esquerdo ainda serviu Antony numa bola rápida que terminou com cabeceio no travessão.

Arana - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Guilherme Arana divide com Abdulhamid em Arábia Saudita x Brasil pelas Olimpíadas
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

O empate dos sauditas saiu numa falha da defesa que já tinha sido observada na estreia contra a Alemanha, mas a dificuldade do Brasil no jogo estava além disso. É aí que aparecem as perdas do movimento que inibe os pontas: por precisarem abrir corredor, Antony e Claudinho não conseguiam finalizar as jogadas. Eles preparavam, abriam espaço e apoiavam os centroavantes pelo centro, mas faltava profundidade e chute. A melhor chance antes do intervalo foi com passe de Matheus Cunha que Antony recebeu dentro da pequena área e Al-Bukhari defendeu.

Por mais que o problema fosse na estratégia, a solução de André Jardine para o segundo tempo foi a entrada de Malcom no lugar de Antony. O substituto circulou mais pelo ataque e o desempenho melhorou. O time acertou mais uma bola na trave com Matheus Cunha no rebote de um chute de Matheus Henrique e depois a seleção lançou Reinier. Uma jogada pelo alto concluída por Richarlison deu paz para a equipe nos minutos finais, numa atuação mais solta do que foi até então.

Tanta paz que Richarlison fez um gol anulado por impedimento aos 44 e outro validado aos 47 num toque bonito de Reinier.

Os gols

Matheus Cunha - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Matheus Cunha faz gol da seleção brasileira contra a Arábia Saudita nas Olimpíadas de Tóquio
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Matheus Cunha marcou o primeiro gol da seleção brasileira aos 13 minutos do primeiro tempo. Na pequena área, ele cabeceou com estilo um escanteio cobrado por Claudinho pela esquerda. Al-Bukhari chegou a tocar na bola, mas não evitou o gol. Al-Amri empatou o placar aos 26 numa falta cobrada por Al-Faraj pela direita que ele cabeceou entre Diego Carlos e Daniel Alves na área do Brasil sem defesa para Santos.

O Brasil voltou a ficar em vantagem aos 30 minutos do segundo tempo, com Richarlison. Daniel Alves cobrou falta pela esquerda e a zaga saudita rebateu. Na entrada da área, Bruno Guimarães deu assistência de cabeça e Richarlison finalizou, também de cabeça, sem defesa. Com o pé, o camisa 10 marcou o terceiro aos 47 minutos após assistência de Reinier.

FICHA TÉCNICA
ARÁBIA SAUDITA 1 x 3 BRASIL

Competição: Jogos Olímpicos de Tóquio, 3ª rodada do Grupo D
Local: Estádio Saitama, em Saitama (Japão)
Data/hora: 28 de julho de 2021 (quarta-feira), às 5h (de Brasília)
Árbitro: Bamlak Tessema (Etiópia)
Assistentes: Mohammed Ibrahim (Sudão) e Gilbert Cheruiyot (Quênia)
VAR: Benoit Millot (França)
Cartões amarelos: Al-Shahrani, Khalifa Al-Dawsari, Al-Bukhari (Arábia Saudita), Guilherme Arana, Gabriel Martinelli, Daniel Alves (Brasil)

GOLS: Matheus Cunha, aos 13/1ºT (0-1), Al-Amri, aos 26/1ºT (1-1), Richarlison, aos 30/2ºT (1-2), Richarlison, aos 47/2ºT (1-3).

ARÁBIA SAUDITA: Al-Bukhari; Abdulhamid, Al-Amri, Khalifa Al-Dawsari (Al-Ghannam, aos 43/2ºT), Hindi e Al-Shahrani; Ali Al-Hassan (Mukhtar, aos 15/2ºT) , Al-Faraj (Al-Omran, aos 43/2ºT), Sami Al-Naji (Ghareeb, aos 15/2ºT) e Salem Al-Dawsari; Al-Hamddan (Al-Brikan, aos 30/2ºT). Técnico: Saad Al-Shehri.

BRASIL: Santos; Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Guilherme Arana (Abner, aos 43/2ºT); Bruno Guimarães (Gabriel Menino, aos 38/2ºT), Matheus Henrique e Claudinho (Reinier, aos 25/2ºT); Antony (Malcom, no intervalo), Matheus Cunha (Gabriel Martinelli, aos 38/2ºT) e Richarlison. Técnico: André Jardine.