Portela agradece comoção após derrota polêmica no judô: 'Não revi ainda'
A judoca Maria Portela agradeceu a comoção do Brasil após sua derrota com polêmica de arbitragem para a russa Madina Taimazova na categoria individual até 70kg no judô. Eliminada junto com a equipe brasileira no torneio misto das Olimpíadas de Tóquio hoje (31), a gaúcha de 33 anos revelou que ainda não reviu a luta pois preferiu focar na competição deste sábado ao lado de seus companheiros e companheiras.
"Na verdade eu não revi ainda, porque resolvi ficar concentrada para essa competição. É minha terceira Olimpíada, e ter a oportunidade inédita de sair medalhista três dias depois era algo único. Teve uma comoção no Brasil inteiro por tudo o que aconteceu e sou muito grata, de verdade. Sempre entrego meu melhor, porque amo o que faço. Hoje tentei ajudar o meu time. Sou grata por todos que me mandaram mensagem, mas não respondi porque estava concentrada para essa competição", declarou à TV Globo, complementando já com a avaliação da participação brasileira na competição por equipes:
"Todo mundo deu o que podia ali. Erros acontecem e a gente sabe que no judô é uma fração de segundos. Tenho orgulho de representar o meu país, meu clube, minha família, meus amigos e todos que me apoiaram. Infelizmente, não voltaremos (ao tatame), mas a gente levanta a cabeça para seguir em frente".
A equipe brasileira foi derrotada pela Holanda nas quartas de final e, na repescagem, foi superada por Israel por 4 a 2, ficando fora da disputa por medalhas nas Olimpíadas de Tóquio.
A polêmica de arbitragem
O choro da judoca gaúcha Maria Portela foi a mais perfeita tradução do sentimento de quem acompanhou a luta contra a russa Madina Taimazova. A derrota da brasileira, que não seria absurda em situações normais, causou revolta nas redes sociais; principalmente em ex-atletas que conhecem bem as regras e o prejuízo causado quando a arbitragem é falha.
No combate válido pelas oitavas de final da categoria até 70kg, Portela encaixou um golpe aos três minutos do golden score, mas o árbitro de vídeo não confirmou o que seria um wazari. Naquele momento, as duas atletas já haviam recebido duas punições, então, qualquer nova penalidade resultaria em derrota. Após os dez minutos de luta, a brasileira recebeu a terceira punição, por falta de combatividade, e acabou eliminada.
Nas redes sociais, ex-judocas se posicionaram e demonstraram total revolta com o erro do "VAR" —que foi utilizado, mas acabou prejudicando a brasileira, que sonhava em disputar o ouro.
"Uma vida dedicada ao sonho olímpico, e o árbitro após 10 minutos de golden score definir a luta dessa forma. Deixa os atletas decidirem. Sem contar o Wazari que foi nítido antes. Força, Portela, você é nossa vencedora", escreveu o mineiro Luciano Corrêa, campeão mundial em 2007 e bicampeão pan-americano (2011 e 2015).
Medalhista olímpico e tricampeão pan-americano, Thiago Camilo também usou o perfil no Twitter para destacar que Portela "foi claramente prejudicada na luta". Para ele, tanto no golpe não pontuado, quanto na decisão do golden score.
Assim como os demais, o hoje comentarista Flávio Canto —ele foi bronze em Atenas-2004— também questionou o ocorrido: "Pra que serve o VAR? Francamente. Lamentável", postou.
Primeiro brasileiro a ser bicampeão mundial no judô, João Derly não deixou de se posicionar. "Indignado", como ele deixou claro, também no Twitter, o ex-judoca afirmou estar com o coração doendo e chorando junto com Portela.
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