Atleta de Belarus é levada para aeroporto após criticar governo de seu país
Krystsina Tsimanouskaya, uma das esportistas que representam Belarus nos Jogos Olímpicos, foi retirada de seu quarto e enviada ao aeroporto de Tóquio dias após criticar a "negligência" de treinadores de seu país. As informações são de jornais como The Telegraph e The Sun, além da Reuters.
De acordo com os veículos, a corredora foi levada ao local por membros da delegação do país do leste europeu (antiga Bielorrússia), que é comandado pelo ditador Aleksandr Lukashenko desde 1994. Ela tem medo de sofrer um sequestro caso saia da capital japonesa.
O Comitê Olímpico da Bielorrússia disse em um comunicado que os treinadores decidiram retirar Tsimanouskaya dos Jogos por conselho dos médicos sobre seu "estado emocional e psicológico".
Ao chegar no aeroporto, Krystsina, segundo a Reuters, procurou a polícia e disse que não gostaria de voltar para Belarus de maneira forçada. Ela estaria tentando pedir asilo em meio à polêmica.
Uma fonte da Belarusian Sport Solidarity Foundation, que apoia atletas presos ou marginalizados por suas opiniões políticas, disse que Tsimanouskaya planejava pedir asilo na Alemanha ou na Áustria na segunda-feira.
No Twitter, o jornalista Matthew Luxmoore, da Radio Free Europe, publicou um vídeo da corredora. "Estou pedindo ajuda ao Comitê Olímpico Internacional, eles [membros da delegação de Belarus] estão tentando me tirar do país sem meu consentimento", disse ela.
A atleta, até o momento, está escalada por seu país para disputar a prova dos 200m, programada para acontecer amanhã.
Em comunicado, os responsáveis pelos Jogos afirmaram estar "cientes dessas notícias e estamos trabalhando com o COI para ver mais esclarecimentos".
Posteriormente, em publicação nas redes sociais, o COI disse que vai manter as conversas com as autoridades para "determinar os próximos passos.
"O COI e Tóquio-2020 falaram com Krystsina Tsymanouskaya diretamente esta noite. Ela está com as autoridades no aeroporto de Haneda e atualmente está acompanhada por um membro da equipe da Tóquio-2020. Ela nos disse que se sente segura", diz o comunicado.
"O COI e Tóquio-2020 continuarão suas conversas com Krystsina Tsymanouskaya e as autoridades para determinar os próximos passos nos próximos dias", acrescenta.
Atleta criticou 'negligência' de treinadores nas redes sociais
Tsimanouskaya, de 24 anos, disse que foi afastada da equipe "pelo fato de ter falado no meu Instagram sobre a negligência dos nossos treinadores".
Ela reclamou no Instagram que foi inscrita no revezamento 4x400 m depois que alguns membros da equipe foram considerados inelegíveis para competir nas Olimpíadas porque não haviam se submetido a uma quantidade suficiente de testes de doping. "Algumas de nossas garotas não voaram aqui para competir no revezamento 4x400 m porque não tinham testes antidoping suficientes", disse Tsimanouskaya à Reuters do aeroporto.
"E o treinador me adicionou ao revezamento sem meu conhecimento. Falei sobre isso publicamente. O treinador principal veio até mim e disse que havia uma ordem de cima para me remover."
Tsimanouskaya acrescentou que havia procurado membros da diáspora bielorrussa no Japão para resgatá-la no aeroporto. A líder oposicionista bielorrussa exilada, Sviatlana Tsikhanouskaya, pediu ao COI que aceite o caso do atleta.
*Com informações da Reuters.
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