"Consegui representar a força da mulher", diz Rebeca após ouro na ginástica
Com o nome cravado na história da ginástica do Brasil ao conquistar o primeiro ouro olímpico para o país, Rebeca Andrade fez questão de levantar o empoderamento feminino após subir ao pódio e ser coroada com a maior condecoração em Tóquio.
"Me senti muito orgulhosa de mim. Acho que consegui representar a força da mulher. É muito gratificante. As pessoas sabem como é difícil estar aqui e sabem o quanto é difícil trazer duas medalhas. É muito esforço, muito trabalho", declarou à TV Globo.
Com os pés no chão, Rebeca Andrade se mostrou humilde mesmo ciente de que sua vida mudou de patamar após a prata e o ouro conquistados até agora nas Olimpíadas de Tóquio.
"Bom, nas redes sociais está bombando (risos), a galera ficou bem feliz. Mas a minha cabeça está a mesma de quando eu saí do Brasil. Totalmente concentrada nas coisas que importam, no que preciso fazer, para depois pensar em tudo isso que está acontecendo. Sempre reposto o que as pessoas estão me mandando porque sei que torcem demais e querem sempre o melhor para mim, isso é muito legal. Gente que eu nem conheço torcendo por mim, incrível, mas estou bem centrada", declarou a brasileira, já citando a competição de solo que terá na capital japonesa:
"Amanhã é mais um dia que vou dar 110% de mim, é nisso que estou pensando. Estou muito feliz [com a medalha], mas ainda tem amanhã".
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Prata no individual
"Acho que, no individual, a medalha representa todo mundo. Todo mundo mesmo, todas as gerações da ginástica do Brasil. Foi um orgulho enorme porque parecia que a gente precisava disso, e as pessoas esperavam muito. Mesmo eu não colocando essa pressão em mim, acho que, talvez, por isso ela veio tão tranquila . Fiquei muito feliz. E hoje, essa medalha, além de eu dedicar a todo mundo, dedico especialmente ao meu treinador, Francisco Porath, porque a gente trabalhou muito duro, muito, muito. E era um dos aparelhos onde tinha mais chances, fiquei muito feliz. Acho que fico mais feliz com a felicidade dele do que com a própria medalha, porque a gente trabalhou muito desde sempre. Todas as vezes que eu voltava.. Ele só quer me ver brilhar, sabe? E a única forma que posso fazer ele se sentir bem é com a minha ginástica e hoje pude fazer isso por ele, na quinta também. E é sempre o que vou tentar fazer, dar orgulho às pessoas".
Trabalho com a psicóloga
"Sempre falo: acho que quando eu converso comigo, as coisas funcionam melhor. Antes de ir para competição, sempre oro, medito, é uma das táticas que a psicóloga me ajuda bastante. Antes de eu fazer o exercício, eu falo: 'Vamos lá', nem lembro o que falei, mas algo como: 'Você consegue, confia, acredita. Você treinou para isso'. Peço proteção para Deus, acho que o mais importante é que nada de ruim aconteça comigo e nem com nenhuma das meninas que estão na competição. Normalmente, é isso que eu falo, para confiar, acreditar. Tenho muito disso já em mim. Eu treinei muito, estou pronta, estou preparada e só preciso fazer, ter essa confiança de fazer bem".
O desempenho
"Pensei em usar todas as partes que eu tinha, gente (risos). Saltei dupla e meia, que é uma coisa que muitas pessoas falavam: 'Ah, não vai dar certo aquilo e outro do joelho dela...', mas treinei muito, estava preparada, Se eu ficasse pensando nisso, eu não faria mais ginástica. Estava bem, preparada, estou com a mente boa. Estava pronta para fazer, fui lá e fiz. A mesma coisa com o cheng (estilo de salto), estava treinada, não coloquei na internet porque acho que é muito melhor surpreender todos aqui. Usar tudo que tínhamos foi uma decisão muito sábia. O treinador foi incrível e deu tudo certo".
Competição no solo
"Busco sempre fazer o meu melhor. Dei tudo de mim na quinta, no individual. Dei tanto que até sai do solo (risos), mas é isso. Vou fazer o meu melhor. Se a medalha vier, estarei muito grata. Se não vier, tudo bem também, isso é o esporte. Tem de estar lá e ver quem é o melhor. Vou fazer 100%, o meu melhor, resultado é consequência. E penso assim, um dia após o outro".
Representatividade
"É muito bom. Tem muitas pessoas assim no Brasil e a gente precisa de apoio, de pessoas que acreditem na gente, que vejam o nosso talento e que queiram que a gente cresça na vida. Estou mostrando muito isso aqui na Olimpíada e vou continuar lutando da forma como der porque acho que isso é muito importante. Quero que as pessoas cresçam dentro do esporte que elas quiserem, dentro do trabalho que elas quiserem. Acho que a gente tem de ter apoio mesmo e pessoas que acreditem na gente. Não chegamos em lugar nenhum sozinhos".
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