Filha de Romário vive experiência olímpica pelo Brasil 33 anos após o pai
Em 1988, o técnico Carlos Alberto Silva convocava a seleção que disputaria os Jogos Olímpicos de Seul, na Coreia do Sul e, na lista, estava presente Romário, então jovem destaque do Vasco. Pouco mais de três décadas e oito edições depois, novamente na Ásia, a família voltou a ter uma representante do Brasil nas Olimpíadas, mas, desta vez, com atuação diferente. Monica Faria, primogênita do hoje senador, é integrante da equipe de comunicação do Comitê Olímpico do Brasil e, inclusive, recebeu dicas do pai sobre o evento.
Moniquinha, como é conhecida, vive, em Tóquio, a segunda experiência olímpica, mas a primeira pelo COB. Na Rio-2016, ela esteve na comunicação do Comitê Organizador.
"Estou no COB desde 2017. É minha primeira experiência olímpica com eles, mas é a minha segunda vez em Jogos Olímpicos. Trabalhei no Comitê Organizador da Rio-2016, também na comunicação, com a parte de atendimento ao usuário, monitoramento das redes, essas coisas. Foi um lugar onde aprendi muito e onde me despertou essa paixão por contar as histórias dos atletas. Desde então, sou apaixonada e, trabalhando no COB, estou super realizada. A experiência em Tóquio está sendo incrível. Era um sonho que tinha de trabalhar por dentro dos Jogos Olímpicos. No COB, tenho a oportunidade de vivenciar esse envolvimento com os atletas e competições", disse, ao UOL Esporte.
A social media lembra que, ao conversar com o pai sobre as Olimpíadas, o Baixinho contou como foi ter participado dos Jogos de Seul e recordou que a competição acabou se tornando um trampolim para a Europa.
"Conversamos bastante sobre isso. É interessante, ele me passou várias experiências dele na Vila Olímpica. Hoje em dia, o futebol não fica mais [na Vila] porque cada confederação cria sua estratégia. A CBF optou por deixar os atletas fora, até por não ter jogos só em Tóquio. Na época do meu pai, o futebol ficava na Vila. Ele me falava que era incrível, dividindo aquele lugar com vários países. E o que ouvi bastante foi que, pela atuação dele em Seul, foi contratado pelo PSV e, aí sim, estourou. Então, é legal essa ligação com os Jogos Olímpicos", aponta.
À época, Romário foi negociado pelo Vasco junto ao PSV, da Holanda, por 6 milhões de dólares — na ocasião, algo em torno de 2,25 bilhões de cruzados, um recorde no mercado brasileiro. Posteriormente, transferiu-se para o Barcelona. Pelo clube espanhol, foi convocado para a Copa do Mundo de 1994, sendo nome importante no tetra, e eleito o melhor jogador do mundo. Ele retornou ao Brasil em 1995, para defender o Flamengo no ano do centenário do clube.
O fato de ser filha de Romário já rendeu situações engraçadas a Moniquinha. Uma delas, inclusive, foi em uma das primeiras viagens pelo COB, nos Jogos Sul-Americanos de Praia, em Rosário, na Argentina.
"Nem todos os atletas sabem. Alguns acabam sabendo por algum amigo, alguém da equipe que comenta, mas, quando descobrem, a reação é super positiva, acham super legal, curioso. Tem um episódio que foi engraçado. Foi na primeira missão do COB que fui cobrir, em 2019. Acho que acabaram comentando na fisioterapia de quem eu era filha, e a gente atua de forma multidisciplinar. Tinha ido só eu e uma fotógrafa, e eu entrevistava os atletas. Quando souberam, falaram: 'Nossa, vocês já descobriram? A repórter é filha do Romário', todo mundo achou legal e, depois, vieram falar comigo. Acho que sentem uma identificação por saberem que sou do meio esportivo por causa dele", aponta.
Com o esporte no DNA, Monica já praticou algumas modalidades e revela que criou maior ligação com o surfe, que fez a estreia em Jogos Olímpicos nesta edição, e o futevôlei, também uma das paixões do pai.
"Já pratiquei tudo quanto é modalidade (risos). Fiz ginástica de trampolim, nado sincronizado, saltos ornamentais... Fiquei muitos anos no surfe, e faço futevôlei. Dei uma parada, mas sinto muita falta. Mas já fiz diversas modalidades, desde novinha. Gosto muito de esporte"
Romário é pai de seis filhos: Monica, Romarinho — que é jogador de futebol —, Danielle Favatto, Isabella, Raphael, e a caçula Ivy.
Brasil ficou com a prata; Romário foi artilheiro
Com uma talentosa geração, a seleção que defendeu o Brasil no torneio de futebol masculino nos Jogos Olímpicos de Seul era recheada de nomes que, depois, ganharam ainda mais destaque no mundo da bola — além de Romário, tinha também Taffarel, Mazinho, Jorginho e Bebeto, para citar apenas alguns exemplos. Naquela competição, porém, o país perdeu a final para a União Soviética por 2 a 1, em jogo que foi para a prorrogação depois do empate em 1 a 1 no tempo normal.
O Baixinho, inclusive, foi o autor do gol no time verde e amarelo no primeiro tempo da decisão, chegando ao sétimo gol nas Olimpíadas, da qual foi artilheiro. Nesta oportunidade, a dupla formada pelo camisa 11 e Bebeto deu um aperitivo do que aconteceria seis anos depois, na Copa dos Estados Unidos.
Na fase de grupos, o Brasil venceu a Nigéria por 4 a 0, a Austrália por 3 a 0 e a Iugoslávia por 2 a 1. Nas quartas, eliminou a Argentina por 1 a 0 e, na fase seguinte, passou pela Alemanha Ocidental nos pênaltis, após 1 a 1 no tempo regulamentar.
Vale lembrar que o regulamento daquela edição era diferente quanto à utilização de jogadores. O torneio foi, pela segunda vez, disputado com jogadores profissionais e não havia limite de idade, desde que os convocados ainda não tivessem disputado jogos pela Copa do Mundo ou nas Eliminatórias.
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