Arthur Zanetti erra saída e fica sem medalha em Tóquio
O brasileiro Arthur Zanetti fazia uma ótima apresentação na final das argolas dos Jogos Olímpicos Tóquio-2020, mas arriscou um triplo mortal na saída e não conseguiu completar o movimento, aterrissando ajoelhado no chão. O paulista de 31 anos, que foi medalhista de ouro nas argolas em Londres-2012 e prata na Rio-2016, recebeu nota 14,133 e ficou apenas na oitava posição entre os oito finalistas.
O pódio teve dobradinha chinesa. O ouro ficou com Yang Lui, que teve nota 15,500, e Hao You (15,300) faturou a prata. O grego Eleftherios Petrounias (15,200), campeão olímpico no Rio, não cravou a saída e ficou com o bronze.
Após a prova, Zanetti explicou que a opção pelo triplo na saída foi um risco calculado em busca de uma medalha:
"A gente já fez nosso papel em 2012. O que viesse a partir de lá seria lucro. A gente foi para o tudo ou nada. Se a gente fizesse a nossa rotina, a gente não ia para o pódio. A gente aumentou a nota de partida com a saída, mas é uma saída muito difícil, de muita precisão. Tentamos. Arriscamos. Desta vez, não deu certo, mas vamos trabalhar para o futuro", disse à TV Globo, ressaltando o ouro conquistado em Londres-2012.
Zanetti disse ainda que poderia ter feito algo diferente dependendo da ordem de apresentação na final. Como foi o primeiro a realizar a prova, foi necessário arriscar já que não era possível esperar para saber as notas de seus rivais antes de subir nas argolas.
"A gente já vinha decidindo o que iríamos fazer. Provavelmente, seria o triplo mesmo. Quando saiu a classificação, a gente seria o primeiro a apresentar, então não tinha o que fazer, era mandar tudo para o alto mesmo. Se acertasse, a chance de estar no pódio era grande."
A série
No começo deste ano, Arthur Zanetti falava que poderia parar com a ginástica depois destas Olimpíadas de Tóquio-2020, mas nos meses seguintes já mudava a conversa. Da série com 59 segundos onde apresenta dez elementos, seus pontos fortes são o Cristo - que faz por duas vezes, parando os três segundos e com as mãos abertas - e a vela - onde fica com pés para cima e cabeça para baixo, conseguindo ficar praticamente parado, sem mexer com as argolas. A maltesa, quando fica esticado no ar na horizontal, com o rosto virado para o chão, é um elemento que Zanetti considera de difícil execução.
Um dos pontos extraordinários de Zanetti é a capacidade de concentração. Ele diz não ouvir nada quando vai iniciar sua série - e portanto ter ou não público em Tóquio-2020 não faria diferença. Diz que só presta atenção nos movimentos e no próprio corpo. Acompanhado por psicólogos desde os 9 anos de idade, quem o acompanha agora é Maria Cristina Miguel. Seu foco é tamanho que no alto do Pão de Açúcar, com as argolas montadas para um comercial da Adidas, só percebeu que não tinha visto a paisagem quando um produtor perguntou como era. Foi então que se permitiu relaxar, ao fazer novamente a série, mesmo que não saísse tão perfeita, como contou. E então viu o espetáculo do lugar onde estava - e sentiu o vento no corpo.
Em Tóquio, não faltou concentração, mas precisão. Ele e o técnico Marcos Gotto treinaram uma nova saída em segredo, com um triplo mortal. Tivesse acertado, teria chance de medalha. Errou e perdeu um ponto de execução.
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