Topo

Isaquias sai exausto de prova, mas diz que remar mil metros a mais é bom

Isaquias Queiroz e Jacky Nascimento durante as quartas de final da a canoagem velocidade - Philip FONG / AFP
Isaquias Queiroz e Jacky Nascimento durante as quartas de final da a canoagem velocidade Imagem: Philip FONG / AFP

Demétrio Vecchioli

Do UOL, em Tóquio

02/08/2021 02h02

Os repórteres já não viam a hora de Isaquias Queiroz e Jacky Goldman chegarem à zona mista depois de duas entrevistas à televisão. Haviam-se passado 15 minutos desde que eles saíram da água, e esse tempo em pé debaixo de um guarda-sol parecia interminável no calor abafado de Tóquio. E foi ali que os baianos viram um lado positivo de terem que remar 4 mil metros, e não 3 mil, durante o período mais quente do dia, para chegarem até a medalha olímpica no C2 1.000m, prova da canoagem velocidade.

"Óbvio que o objetivo é descansar um tiro a mais, mas [remar] as quartas foi bom para poder remar um pouco mais, e com certeza forçou mais por causa do vento, então deu pra sentir mais a energia da prova", disse Isaquias. "Isso acaba favorecendo, também acaba prejudicando, mas a gente tem um descanso longo daqui até amanhã", continuou.

A prova de C2 1.000 tem 14 barcos inscritos e, desses, oito participam da final. Mas o processo para selecionar esses 8 é complexo. São duas baterias eliminatórias nas quais os dois primeiros (quatro no total) passam diretamente às semifinais. Os demais 10 vão às quartas de final, que têm duas baterias com cinco barcos. Os três primeiros (seis no total) vão às semifinais. E aí, nessa última etapa, amanhã (3), participam 10 barcos (cinco em cada bateria), com oito passando à final, no mesmo dia.

Um processo complexo, que fica mais fácil para os dois primeiros colocados de cada bateria eliminatória. Nessa etapa, mais cedo, Isaquias e Jacky sentiram que não ultrapassariam os barcos da China e de Cuba e, depois de 750 dos 1.000 metros de prova, relaxaram. Completaram em terceiro e tiveram que voltar à água duas vezes depois para as quartas de final, quando venceram a bateria.

Depois dessa prova, às 12h30 de Tóquio, Isaquias deitou extenuado no deque ao lado da raia. "C2 é sempre pesado, né? A gente desequilibrou bastante na prova, tinha onda lá no início. Mesmo na frente da largada acaba deixando uma onda, então acaba acaba atrapalhando a saída. Mas a gente forçou bastante, né? A gente veio para cá, outro outro continente, acaba dando sendo desgaste o sol", avaliou.

O baiano, que briga por duas medalhas em Tóquio, depois de conquistar três no Rio (uma das provas saiu do programa), mostrou confiança. "A gente não não veio para cá a passeio, então a gente vai dar o nosso máximo. A gente não quer chegar na final só, a gente quer chegar a ganhar medalha. Foi um trabalho doído, de cinco anos, então a gente quer brigar por medalha."