Saiba quem são os saltadores que são grandes amigos e dividiram o ouro
Realizar o sonho de ser campeão olímpico já é um momento especial para qualquer atleta. Faturar a medalha de ouro e ter a chance de literalmente compartilhar a conquista com um grande amigo é mágico. Foi assim que definiu o italiano Gianmarco Tamberi, campeão olímpico do salto em altura, que subiu ao lugar mais alto do pódio com o adversário e amigo Mutaz Essa Barshim, do Qatar.
Na final realizada no domingo (1), Barshim e Tamberi não conseguiram superar a marca dos 2.39m, que decidiria o campeão entre eles. Depois de três tentativas e nenhum vencedor, os dois tinham uma escolha: ou saltar para uma quarta e decisiva oportunidade ou compartilhar o ouro.
Após ouvir o árbitro, Barshim fez uma pergunta simples: "Podemos dividir o ouro?". Ao receber uma resposta positiva, os dois nem pensaram. Emocionados, se abraçaram e celebraram juntos a conquista.
"Nem respondemos, aproveitamos o momento porque queríamos muito. Somos muito amigos e passamos pela mesma lesão. Sonhamos com isso muitas noites. Foi uma noite mágica. Eu também sou muito amigo de outros atletas, mas eu não compartilharia com outra pessoa", disse o italiano Tamberi após a conquista.
Além de mágica, a situação é extremamente rara. Foi a primeira vez em 109 anos que dois atletas compartilharam uma medalha no atletismo. A última vez que aconteceu nos Jogos Olímpicos de 1912, quando atletas do pentatlo e do decatlo masculino dividiram uma conquista.
Gianmarco Tamberi tem 29 anos e passou por lesão delicada dias antes dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, o que o deixou profundamente decepcionado. Ele, que estava contando com uma medalha já no Brasil, focou sua carreira para que pudesse retornar e ser campeão olímpico no Japão. Após o ouro, Tamberi comemorou a vitória exibindo o gesso de lesão que o tirou da última edição dos Jogos.
O qatari Mutaz Essa Barshim, por sua vez, é o grande nome da categoria. Atual bicampeão mundial do salto em altura, Barshim já tem duas medalhas olímpicas: o bronze, em Londres-2012, e a prata, no Rio. Em Tóquio, finalmente veio o ouro, depois de o saltador também passar por uma lesão difícil no último ciclo olímpico.
Amizade nasceu após lesão
O italiano Tamberi revelou que os dois sempre foram grandes amigos. Por competirem em muitos campeonatos juntos, acabaram se aproximando. Segundo ele, no atletismo é muito comum que os adversários se tornem amigos, mesmo que eles precisem competir entre si. A amizade com o saltador do Qatar ficou mais forte depois que os dois sofreram a mesma lesão.
"Nós dois quebramos o tornozelo. Ele quebrou depois do Rio e eu 12 dias antes", disse Tamberi. "Ele é o melhor saltador de todos. Nós estivemos em muitas competições juntos, ele é alguém que segue os verdadeiros valores do esporte e nós compartilhamos juntos esses valores", elogiou.
Amizade que vai muito além dos saltos, o italiano contou que foi um dos convidados do casamento de Mutaz. Quando questionado se o amigo seria convidado para o seu matrimônio, Tamberi não relutou: "É claro. Claro que ele vai ser convidado", concluiu o italiano.
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