Sexteto da Eurocopa e posse de bola: como é a Espanha que enfrenta o Brasil
A seleção brasileira sofreu para eliminar o México nos pênaltis depois de um empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação e agora terá o desafio final nas Olimpíadas de Tóquio no sábado (7), às 8h30, diante da Espanha.
O duelo pela medalha de ouro põe frente a frente os times que largaram como favoritos porque têm as maiores estrelas da competição e chegam invictos à decisão com as mesmas três vitórias e dois empates ao longo da campanha. Também são iguais as marcas de oito gols marcados e três gols sofridos por ambos até agora.
Para além das estatísticas ao longo da Olimpíada, a Espanha chama atenção por ter levado ao Japão um grupo mais rodado em relação à experiência de seleção. Seis jogadores do elenco estiveram até o mês passado à disposição do técnico Luis Henrique na Eurocopa, em que o país foi eliminado pela campeã Itália somente na semifinal — e nos pênaltis.
Unai Simón (goleiro, Athletic Bilbao), Pau Torres (zagueiro, Villarreal), Eric García (zagueiro, Barcelona), Pedri (meia, Barcelona), Mikel Oyarzabal (atacante, Real Sociedad) e Dani Olmo (atacante, RB Leipzig) foram direto da Euro para os Jogos Olímpicos. O sexteto esteve em campo na decisão continental (cinco titulares e um reserva) e jogou todas as partidas até agora no Japão.
Como base do time, os egressos da Eurocopa deram consistência à seleção dirigida pelo técnico Luis De la Fuente. O restante do time foi preenchido por três jogadores badalados no futebol internacional acima da idade permitida — Mikel Merino, da Real Sociedad, Dani Ceballos, do Arsenal, e Marco Asensio, do Real Madrid — e outros nomes da elite do Campeonato Espanhol, de times como Espanyol, Getafe e Huesca.
O Brasil, por exemplo, conseguiu a convocação para Tóquio-2020 de apenas dois jogadores que estiveram na Copa América: o volante Douglas Luiz, que foi um reserva pouco usado por Tite e jogou só 70 minutos na soma das sete partidas, e Richarlison - este, sim, titular e peça importante na campanha vice-campeã com um gol e duas assistências. Outras convocações do tipo foram inviabilizadas pelos clubes.
Apesar de o Brasil contar com o lateral-direito Daniel Alves, de 38 anos, a seleção espanhola tem mais jogadores com rodagem na seleção principal. Da base olímpica titular, Nino, Claudinho e Antony nunca foram convocados por Tite, enquanto Santos, Diego Carlos, Guilherme Arana, Bruno Guimarães e Matheus Cunha têm poucos jogos. Só Dani, Douglas Luiz e Richarlison já têm experiência relevante no futebol profissional de seleções. A realidade na Espanha é bem diferente.
"A Espanha traz para as Olimpíadas praticamente força máxima, com muitos jogadores de seleção principal, o que forma uma equipe muito forte que é uma das favoritas desde o começo", disse o técnico André Jardine depois da classificação contra o México. Perigo à vista.
Bola no pé de quem?
Brasil e Espanha têm os maiores percentuais de posse de bola nas Olimpíadas, mas os europeus levam vantagem neste fundamento: média de 62,4% na soma dos cinco jogos, contra 56,4% dos sul-americanos. Este conceito de jogo é relevante para o desenvolvimento do sistema de jogo das duas equipes, o que deixa no ar que a disputa pela bola na decisão será um ingrediente especial.
A Espanha finaliza mais, são 74 chutes ao longo da campanha (média de 14,8 a cada jogo, sendo 6,2 certos). Porém, o Brasil finaliza melhor, com 35 chutes certos em 65 disparados (sete corretos a cada apresentação nas Olimpíadas), contra 31 deles. O artilheiro espanhol é Rafa Mir, com três gols, enquanto o brasileiro é Richarlison, que balançou as redes cinco vezes e lidera a estatística geral no torneio.
Tudo indica que o Estádio Internacional de Yokohama receberá um jogão no próximo sábado. Tanto Espanha, quanto Brasil, conquistaram o ouro olímpico no futebol masculino somente uma vez — justamente quando foram mandantes, em 1992 e 2016.
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