Simone Biles diz que abuso sexual pode ter afetado desempenho na Olimpíada
Simone Biles desistiu de grande parte de suas competições nas Olimpíadas, e de volta ao Estados Unidos com um bronze e uma prata, a ginasta avaliou que o abuso sexual que sofreu nas mãos de Larry Nassar, ex-médico da equipe norte-americana, pode ter interferido no seu desempenho - e obviamente, na sua saúde mental.
"Agora que penso nisso, talvez na minha cabeça, provavelmente sim, porque existem gatilhos que nem conhecemos, e eu acho que posso tê-los", disse, ao Today.
Nassar foi condenado a 175 anos de prisão após quase 300 denúncias de assédio sexual virem à tona. Alguma das grandes atletas que defendiam o país, como McKayla Maroney, Aly Raisman e Gabby Douglas, se aposentaram da ginástica. Em 2018, antes da sentença, Biles admitiu que era uma das vítimas.
Segundo a reportagem do Today, a ideia de Biles era dar a volta por cima com a modalidade em Tóquio, mas a pressão teria pesado.
"Sabia que ainda sendo a cara da ginástica dos EUA, e de tudo que trouxemos, isso não vai ser jogado para fora do tapete. Essa é uma conversa muito longa", explicou. "Ainda temos que proteger os atletas e descobrir por que isso aconteceu, quando e quem sabia".
Biles abriu mão de cinco finais: saiu em meio à competição por equipes (ficou com a prata) e nem chegou a competir em salto, solo, barras assimétricas e no individual geral. A ginasta disse que preferiu priorizar sua saúde mental.
Na semana passada, ela disse ao mesmo site que se sentia bem fisicamente, "em forma". Mas seu emocional variava "com o momento". "Vir para as Olimpíadas e ser a estrela principal não é tarefa fácil, então estamos apenas tentando viver um dia de cada vez".
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