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Algoz do Brasil, Canadá supera sequência sueca e conquista o ouro inédito

Canadá supera Suécia nos pênaltis e é campeão olímpico - Abbie Parr/Getty Images
Canadá supera Suécia nos pênaltis e é campeão olímpico Imagem: Abbie Parr/Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/08/2021 11h53

A seleção do Canadá venceu o por 3 a 2 nos pênaltis e conquistou, pela primeira vez na história, a tão cobiçada medalha de ouro olímpica. A final de futebol feminino, no Estádio Internacional de Yokohama, contou com gols de Stina Blackstenius da Suécia e da canadense Fleming, de pênalti, no tempo regulamentar. Com o empate em 1 a 1, o título foi definido nas penalidades máximas pela primeira vez, e as comandadas da técnica Beverly Priestman levaram a melhor.

O Canadá chegou na disputa por uma medalha de ouro pela primeira vez, após conquistar duas medalhas de bronze em 2012 e 2016. O time canadense se superou e superou a sequência de 17 jogos sem perder que a Suécia acumulava. As canadenses disputaram a final após derrotar o Brasil nas quartas e os Estados Unidos na semifinal, que ficou com o bronze.

O jogo

O começo do primeiro tempo ficou marcado por chances da Suécia. Nos primeiros minutos da partida, as suecas criaram chances de gol com finalizações e tiveram a posse de bola, porém não conseguiram definir. Com a marcação alta, o Canadá teve dificuldades para sair jogando e trocou passes no campo de defesa.

Na metade da primeira etapa, a equipe canadense cresceu e conseguiu espaços com passes longos, teve algumas oportunidades, mas não aproveitou. Jogando com um futebol mais técnico, a Suécia envolveu o adversário em boa troca de passes após uma roubada de bola e marcou o primeiro gol da partida, com Stina Blackstenius aos 34 minutos do primeiro tempo. Asllani fez o cruzamento rasteiro e a atacante chegou batendo de primeira, balançando a rede.

O segundo tempo começou parecido com o primeiro, o Canadá melhorou e e avançou no campo adversário, mas a Suécia com a bola foi muito perigosa nas subidas para o ataque e criou mais volume de jogo. No entanto, aos 20 minutos, Chapman recebeu de Rose e cruzou do lado esquerdo para Sinclair, a zagueira sueca Ilestedt chegou atrasada e derrubou Sinclair na área. O VAR o assinalou pênalti e Fleming estufou a rede do lado direito, empatando a grande final.

Após o empate do Canadá, o time teve outras grandes chances com Lawrence, que finalizou sem goleira, e Fleming, que tentou acertar o ângulo. A seleção canadense foi superior e manteve a posse de bola na busca da vitória. A Suécia devolveu com uma bela oportunidade de Rolfo, o chute da jogadora passou muito perto do gol.

A seleção canadense fez um ótimo segundo tempo, se organizou e atacou mais, mas não impediu o jogo de ir para prorrogação. Fleming acertou um belo chute no último minuto, que passou perto da trave.

Prorrogação

As primeiras chances da prorrogação foram do Canadá, que pressionou as adversárias, mas a Suécia devolveu. O jogo se manteve bem equilibrado com oportunidades dos dois lados, apesar do desgaste físico. Com uma defesa sólida, as canadenses neutralizaram as suecas, e sem conseguir infiltrar, Anderson acertou um chute de fora da área que passou por cima do gol de Labbé.

Aos 6 minutos do segundo tempo, Schough ganhou um escanteio para a Suécia. Asllani na cobrança cruzou para Hurting, a bola passou do lado direito do gol com muito perigo. Na sequência, o Canadá respondeu criando uma jogada pelo lado direito com Rose que ganhou da marcadora e cruzou para Huitema, cabeceando ao lado esquerdo do gol.

No fim da prorrogação, a Suécia foi para o tudo ou nada e foi melhor que o Canadá. Mesmo com algumas chances com Asllani, a zaga canadense conseguiu se segurar e levar para os pênaltis. Com o jogo mudando de controle o tempo todo, as equipes se equilibraram e fizeram uma partida muito disputada.

Pênaltis

Com erros dos dois lados, o Canadá superou a Suécia nos pênaltis por 3 a 2, Grosso bateu a última cobrança e converteu para o Canadá conquistar o título inédito, com atuação de gala da goleira Labbé. Asllani, Anvegard, Seger e Anderson erraram os pênaltis do lado sueco e não deu para a equipe, que chegou na final pela segunda vez, nas Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, o time foi derrotado pela Alemanha e ficou com a prata.

Tabu mantido

Com o título do Canadá, que é comandado por Beverly Priestman, manteve-se um tabu recente no futebol feminino olímpico. A última vez que um time foi campeão tendo um técnico à beira do gramado foi Sydney-2000, quando a Noruega, então comandada por Per-Mathias Høgmo, alcançou o topo do pódio.

De lá para cá, foram cinco ouros para equipes comandadas por mulheres. Os Estados Unidos, em Atenas-2004, tinha April Heinrichs à beira do gramado. Em Pequim-2008 e Londres-2012, a treinadora era a sueca Pia Sundhage, que hoje está à frente da seleção brasileira. Na Rio-2016, a Alemanha ganhou sob o comando de Silvia Neid.