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2022: ano de grandes eventos em um calendário esportivo atropelado

Denise Mirás

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/08/2021 04h00

Como todo ano intermediário entre Olimpíadas, 2022 seria reservado aos Mundiais dos mais variados esportes. E, se tudo estivesse dentro da normalidade, 2021 teria sido um ano de descanso após os Jogos Olímpicos, e de preparação para os Mundiais, ponto máximo de cada Federação Internacional. Mas, devido às mudanças causadas pela pandemia da covid-19, não será assim. Em 2022, o que se vê é um calendário esportivo mundial atropelado, ainda mais porque algumas competições já serão classificatórias para os Jogos de Paris-2024.

Se técnicos vão enlouquecer para montar seu planejamento, tentando desenhar os ciclos de treinamento para o ápice de atletas em Mundiais e Olimpíadas, todo um mundo que se move em torno do esporte será afetado: da transmissão dos eventos pela tevê aos planos de marketing.

Em Paris-2024 imagina-se que haverá mais apoio popular pela festa — ao contrário do que aconteceu em Tóquio, que sediou as Olimpíadas em meio à pandemia — e empresas terão mais campo para explorar seus produtos. Mas isso tudo ainda é apenas especulação, uma vez que a pandemia persiste e nem sequer se sabe, ainda, como será a venda de ingressos para os próximos Jogos.

De forma inédita, meses após uma edição olímpica, haverá outra: os Jogos de Inverno, que serão realizados em Pequim, começam no dia 4 de fevereiro. Havia uma insegurança sobre a realização da competição de Inverno caso a de Verão, em Tóquio, não ocorresse ou fracassasse. Mas esse temor se dissipou, e os eventos-teste já estão marcados para ocorrer entre setembro e dezembro deste ano.

Em 2022 ainda seria realizada a quarta edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Dacar (Senegal), mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu postergar a competição para 2026.

Mas o grande evento esportivo de 2022 será mesmo a Copa do Mundo, no Qatar — é a competição mais importante para os meios de comunicação e de publicidade do mundo, ainda que empurrada para o fim do ano (será disputada entre 21 de novembro e 18 de dezembro), por causa das condições climáticas do país-sede.

Nas modalidades olímpicas, o ano de 2022 combinará Mundiais que já estavam previamente marcados para a temporada — como o de natação (13 a 29 de maio, em Fukuoka, no Japão) — e outros que acabaram adiados por causa da pandemia. O atletismo, por exemplo, terá dois Mundiais no mesmo ano: o de pista coberta, que já seria mesmo realizado em Belgrado (Sérvia), em março, mas também o de pista aberta, em Eugene (EUA), no mês de julho — esse seria disputado em 2021.

O vôlei também terá os Mundiais marcados para 2022, como deveria ser: o masculino na Rússia, de 26 de agosto a 11 de setembro, e o feminino, na Holanda e Polônia, entre setembro e outubro. Mas a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) decidiu adiar o Mundial de vôlei de praia, que seria este ano, para o ano que vem. Assim, a competição será realizada em Roma, no próximo mês de junho.

O calendário também prevê Mundiais de várias outras modalidades, mas não só. Há os Jogos da Comunidade Britânica, os Jogos Mundiais Universitários (a Universíade). E também os Jogos continentais, como os Jogos Sul-Americanos, de data e local ainda indefinidos, depois de inicialmente previstos para maio em Assunção, no Paraguai.

Fora que, para classificar a esses Mundiais, há ainda competições continentais de cada esporte em 2021. Para citar apenas o caso do vôlei brasileiro, assumem importância crucial o Campeonato Sul-Americano, que classifica campeão e vice para o Mundial. Em princípio, o torneio feminino já será entre 25 e 29 de agosto, em Barracabemeja, na Colômbia, e o masculino em Brasília, de 1 a 5 de setembro.