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Bruna Alexandre perde final e fica com a prata no tênis de mesa

Bruna Alexandre, do tênis de mesa das Paralimpíadas - Rogério Capela/CPB
Bruna Alexandre, do tênis de mesa das Paralimpíadas Imagem: Rogério Capela/CPB

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/08/2021 07h44

Não foi desta vez que o Brasil faturou sua primeira medalha de ouro paralímpica no tênis de mesa. Nesta segunda-feira (30), Bruna Alexandre perdeu a final de simples da classe 10 (para atletas andantes) para a australiana Qian Yang por 3 sets a 1, com parciais de 13/11, 6/11, 11/7 e 11/9. A brasileira vinha fazendo campanha perfeita em Tóquio, com 100% de aproveitamento até a decisão.

Na final, porém, ela enfrentou a atleta que havia derrotado a polonesa Natalia Partyka, tetracampeã paralímpica e pentacampeã mundial individual na fase anterior, não conseguindo o triunfo sobre a chinesa naturalizada australiana.

O primeiro set da decisão começou nivelado. A brasileira, porém, abriu vantagem, de 8/3 e 10/7. Só que permitiu a reação da australiana. A adversária salvou set points, virou o placar e finalizou o primeiro game em 13/11. O segundo set teve superioridade de Bruna, que chegou a abrir frente de cinco pontos e a manteve para vencer por 11/6, empatando o jogo.

Embora muito focada na partida, a brasileira teve uma tarefa difícil no terceiro set. E mesmo com um bom começo, chegando a liderar o placar por 4/1, viu a australiana ficar na frente e fechar o game por 11/7. A vitória de Yang no terceiro set prejudicou a sequência de Bruna, que errou bastante e deixou a australiana abrir vantagem no quarto. Aguerrida, ela foi buscar o empate, mas não conseguiu a virada. E a australiana conquistou o ouro paralímpico após fechar o set em 11/9.

Apesar da derrota, a trajetória de Bruna no Japão foi emocionante. Na semifinal, ela ganhou de virada da Shiau Wen, de Taiwan, por 3 a 1, conseguindo se classificar para a disputa do ouro. Nas fases anteriores, ela venceu seus dois confrontos, o primeiro contra a australiana Melissa Tapper por 3 sets a 0, e o segundo diante de Yu Tzu Lin, de Taiwan, pelo mesmo placar.

Essa é a melhor campanha paralímpica da brasileira, de 26 anos, que agora leva a medalha prateada para casa. E, assim, confirmou sua evolução. Afinal, ela foi quinta colocada em Londres, em 2012. Na sequência, no Rio de Janeiro, em 2016, Bruna conquistou o bronze. Cinco anos depois, ela disputou uma final muito equilibrada e saiu com a prata.

Além do bronze no individual nas Paralimpíadas de 2016, ela conquistou outra medalha por duplas, também de bronze. Em seu acervo de conquistas, a brasileira acumula um bronze no individual e por equipes no Mundial da China 2014.

A mesa-tenista de Criciúma (SC) iniciou na modalidade aos 12 anos, por influência de seu irmão, e competiu até 2009 em torneios para atletas sem deficiência. A jovem amputou o braço aos seis meses de vida, após uma injeção mal aplicada provocar uma trombose.

A prata de Bruna é a segunda medalha do tênis de mesa do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio, pois Cátia Oliveira foi bronze na disputa das classes 1 e 2, para atletas cadeirantes. Além disso, agora o Brasil passa a somar 32 medalhas em Tóquio. São 11 ouros, 6 pratas e 15 bronzes.