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Trio de sêxtuplos do goalball busca medalha inédita em Tóquio

Irmãos Vanhove fazem parte uma família de sêxtuplos - Divulgação/IOS
Irmãos Vanhove fazem parte uma família de sêxtuplos Imagem: Divulgação/IOS

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/08/2021 21h24

A participação de gêmeos em Jogos Olímpicos ou Paralímpicos é até relativamente comum. Só na edição olímpica de Tóquio foram oito pares de irmãos. Quando o número aumenta para três, porém, já vira raridade. Isso torna ainda mais fantástico o feito dos belgas Arne, Bruno e Tom Vanhove, que são mais do que trigêmeos: eles fazem parte de uma família de sêxtuplos.

Apenas um a cada 4,7 bilhões de partos no mundo são de sêxtuplos e é comum que, cada vez que isso acontece, o caso chegue à imprensa e cause comoção. Foi exatamente isso que aconteceu em 1983, na Bélgica, quando uma mãe foi para a sala de parto esperando ter quatro crianças, como havia mostrado o ultrassom, e deu a luz a seis. O parto foi prematuro em dois meses, teve complicações e, por causa da falta de oxigênio, três bebês nasceram com deficiência visual.

As crianças cresceram praticando esportes juntas e o caminho natural seria que formassem um time de futsal, mas a deficiência visual de três irmãos impedia que conseguissem jogar futebol. A saída foi passar a treinar torball, um jogo bastante parecido com o goalball, modalidade que tem como objetivo fazer gols em traves de baixa estatura, enquanto os rivais colocam seus corpos no caminho para evitar o gol adversário.

Foi assim que os três irmãos com deficiência visual se aproximaram do movimento paralímpico. A estreia em Jogos foi de Bruno, que, então com 25 anos, representou a Bélgica no goalball nos Jogos Paralímpicos de Pequim, em 2008. Na edição seguinte, em Londres, ele recebeu a companhia de Tom. Arne só faria sua estreia agora, em Tóquio, depois de se dedicar aos estudos e ao trabalho.

"Cinco ou seis anos atrás, eu disse a mim mesmo: 'Talvez eu possa começar de novo'. Eu vi meus irmãos jogarem e fiquei muito animado", contou Arne ao site da Paralimpíada. "Trabalhei muito para atingir meu objetivo de chegar às Paralimpíadas. Estou feliz por poder compartilhar isso com meus irmãos, mas é um esforço de equipe", afirmou.

Até o momento, nenhum dos irmãos conquistou uma medalha paralímpica. A melhor colocação foi o quinto lugar nas Paralimpíadas de Londres-2012, quando Bruno e Tom atuaram juntos.

Eles evitam se colocarem como um trio de irmãos jogando por uma equipe que tem seis atletas —são sempre três jogando e outros três no banco. "Sempre estivemos focados no desempenho, independentemente de você ser irmão, porque há outros companheiros de equipe que treinam todos os dias, todas as semanas".

Bruno, que é o capitão do time, já anunciou que vai se aposentar e tenta sair de cena em grande estilo.

Nesta terça-feira (31), às 5h45 (de Brasília), a seleção belga enfrenta a Lituânia, pelas quartas de final do torneio paralímpico. A seleção brasileira de goalball entra em quadra logo depois, a partir das 7h30, contra Turquia. O Brasil foi medalhista de bronze na Rio-2016.