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Nathan nem precisa lutar final e é primeiro campeão do parataekwondo

Nathan Torquato conquista ouro no parataekwondo em Tóquio - Rogério Capela/ CPB
Nathan Torquato conquista ouro no parataekwondo em Tóquio Imagem: Rogério Capela/ CPB

Demétrio Vecchioli

Do UOL, em São Paulo

02/09/2021 07h34

Nathan Torquato é o primeiro brasileiro campeão da versão paralímpica do taekwondo, o parataekwondo, na categoria até 61 quilos. O brasileiro nem precisou lutar a final, porque o egípcio Mohamed Elzayat, seu rival na decisão, saiu de maca da semifinal e não teve aval médico para disputar o ouro. Já sabendo dessa situação, Nathan já comemorava o ouro duas horas antes do horário marcado para o duelo.

Pelo Instagram da Confederação Brasileira de Taekwondo, um membro da comissão técnica explicou em vídeo que, pelas regras da modalidade, um atleta que levou um chute no rosto não volta, por segurança, para a próxima luta. De acordo com o CPB, porém, os atletas chegaram a subir na área de combate para a final e, depois de um golpe do brasileiro, os médicos interromperam o duelo, entendendo que Elzayat não tinha condições de lutar.

O taekwondo faz a sua estreia no programa dos Jogos Paralímpicos e, assim como a esgrima em cadeira de rodas e o halterofilismo, não tem geração de imagens pela IOS, a empresa "olímpica" responsável pela transmissão tanto das Olimpíadas quanto das Paralimpíadas.

Depois que Nathan se classificou à final ao vencer o italiano Antonino Bossolo, ele ficou esperando a classificação do russo Daniil Sodorov para ser seu adversário. Sorodov atropelava o egípcio Elzayat, vencendo por 24 a 8, quando acertou um chute no rosto do rival. O golpe é proibido no taekwondo paralímpico e o russo foi eliminado, com o atleta africano se classificando para a final, sem, contudo, poder lutar.

Com o ouro de Nathan, o Brasil chegou à sua 19ª medalha de ouro nas Paralimpíadas de Tóquio. Como hoje é o primeiro dia de disputas na estreia do parataekwondo no programa dos Jogos Paralímpicos, essa também é a primeira medalha do Brasil nesse esporte.

A modalidade é disputada por atletas com amputação bilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia unilateral, monoplegia, hemiplegia leve e diferença de tamanho nos membros inferiores. No caso de Nathan, ele nasceu com uma má-formação no braço esquerdo, em Praia Grande, no litoral de São Paulo.