'Não é sobre perder, mas o nível que chegou': Calderano viu medalha escapar

Protagonista de uma campanha histórica do tênis de mesa brasileiro em Tóquio-2020, Hugo Calderano não conseguiu evitar as lágrimas logo depois da derrota de virada para o alemão Dimitrij Ovtcharov nas quartas de final da competição olímpica. Três anos após ter visto o adversário avançar e ainda levar a medalha de bronze, o mesa-tenista brasileiro exaltou os aprendizados da frustração e projetou sua participação nos Jogos de Paris.

Eu tive uma excelente campanha em Tóquio. Cheguei como cabeça de chave número 4 e um dos candidatos a conseguir uma medalha. Realmente, eu consegui jogar o meu melhor nível. Tive boa chance de avançar para a semifinal, mas o alemão foi melhor. Eu eu acho que quando você chega numa etapa de quartas de final de Olimpíadas não é sobre você perder ou pensar se fez algo errado... O cara que está na sua frente também é um grande jogador, um grande atleta.
Hugo Calderano

"É claro que eu gostaria de ter conseguido uma medalha em Tóquio, mas desde então eu acho que evoluí bastante em todos os aspectos do meu jogo, consegui mais experiência, títulos internacionais e estou há bastante tempo entre os melhores do ranking mundial e, com certeza, isso vai me ajudar em Paris", acrescentou Calderano.

Embora não tenha conseguido a medalha em Tóquio, Hugo Calderano colocou o Brasil, pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, nas quartas de final do tênis de mesa masculino. Antes, a melhor campanha do país na modalidade havia sido a classificação às oitavas de final. O primeiro a alcançar esta marca foi Hugo Hoyama, em Atlanta-1996. Posteriormente, ele foi igualado por Calderano na Rio-2016 e Tóquio, e Gustavo Tsuboi, também em Tóquio.

Hugo Calderano no WTT Finals  2023
Hugo Calderano no WTT Finals 2023 Imagem: Noushad Thekkayil/NurPhoto via Getty Images

Esperança da primeira medalha

A marca e todos os bons resultados nos últimos anos tornaram Hugo Calderano a principal esperança de medalha olímpica do Brasil no tênis de mesa. O atleta falou sobre essa pressão e em como lida com a ansiedade.

"Eu tenho consciência da responsabilidade que eu tenho com o tênis de mesa brasileiro, com a torcida, com o povo. Muita gente coloca bastante expectativa em mim, mas isso gera um pouco de pressão, mas eu não posso me abalar. Ninguém pode colocar mais pressão do que eu mesmo. Com certeza, quem vai ficar mais feliz com uma medalha ou mais mais triste com uma derrota vai ser eu", disse.

"Eu entendo e acho que isso, na verdade, só me ajuda a ter uma performance ainda melhor. É importante entender a expectativa que a torcida coloca em você, mas ao mesmo tempo é ficar bem tranquilo e saber que vou competir por mim mesmo e não por nenhuma outra pessoa", acrescentou.

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Falando em torcida... As Olimpíadas de Paris marcam o retorno do público às arenas após os Jogos restritos de Tóquio por causa da pandemia de covid-19. Calderano está animado em poder ver as arquibancadas lotadas.

"As expectativas estão muito altas. Esse é o meu grande objetivo dos últimos anos desde desde Tóquio. O ciclo foi um pouco mais curto, mas muita coisa aconteceu. Vai ser diferente, principalmente pelo fato de Tóquio ter sido as Olimpíadas sem público, e isso vai tornar também Paris ainda mais especial", destacou.

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