Marido e mulher, Rico e Bárbara são rivais nas Olimpíadas
Rico Freitas e Bárbara Seixas já viveram uma Olimpíada como companheiros de trabalho. Agora, serão adversários. Mas há algo além do vôlei de praia que os une: eles são marido e mulher.
Ela vai à segunda Olimpíada. Ele, à terceira. Na primeira, Rico foi treinador da dupla Ágatha/Bárbara na conquista da medalha de prata na Rio-2016. Agora, ela estará em Paris jogando com Carol Solberg. Ele, que em Tóquio treinou um time canadense, agora irá como técnico da chinesas Xue e Xia.
"Antigamente eu não sabia o que era sentir saudade. Falei para ele: 'Faz 10 anos que casei com você e não sei o que é saudade'. Agora cada um tem sua vida profissional, e a gente tem nossa vida juntos", diz Bárbara.
O encontro dos dois foi, antes de tudo, profissional. Filho de Bebeto de Freitas, Rico queria também ser treinador, mas na praia. Fez curso, juntou uma grana e comprou material para montar uma rede no Leblon. Guilherme Braga, então preparador físico, sugeriu o nome de Bárbara, que topou.
Só dois anos de trabalho profissional depois ele a chamou para sair, e o resto é história, que inclui uma passagem pela Turquia — Rico treinava um time de lá e Bárbara o acompanhou, para jogar uma liga de vôlei de praia indoor de nivel técnico questionável.
Lá se vão 12 anos desde o casamento amoroso, que segue firme e forte. O profissional foi rompido, para o bem dos dois. "A gente trabalhou juntos por 12 anos, então era uma convivência bem extrema. Hoje em dia poder ter essa outra referência, de ele trabalhando com outros projetos, outros times, e eu tendo um foco completamente na minha carreira, está sendo bem legal. Acho que mudanças naturais vão acontecendo", avalia Bárbara.
As regras que valiam quando eles formavam o mesmo time seguem valendo. Nas competições, ambos estão trabalhando, e cada um fica em um quarto. Mas, como diz a jogadora, ninguém é de ferro.
"Eu estou me divertindo, porque fica cada um com sua equipe. Mas a gente vai jantar de vez em quando. Tem pílulas de encontros, pílulas... A gente sai, porque a gente fica um tempo sem se ver, ele fazendo camping. A gente sai para jantar, fala sobre a vida, mas ao mesmo tempo joga contra.... é diferente, mas é legal..."
Em Paris, cada dupla está em um grupo diferente, e os dias de jogos na primeira fase não coincidem. As brasileiras estão no grupo E e terão como adversárias holandesas, lituanas e japonesas. As chinesas encaram uma dupla dos EUA, uma do Canadá e outra da Austrália. No mata-mata, o sorteio vai definir quem pega quem.
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