Paris-2024 deve ter menos atletas LGBTQIAPN+ do que Tóquio-2020
Do UOL, em São Paulo
19/07/2024 22h35
Paris será o palco dos Jogos Olímpicos e os holofotes do mundo inteiro estarão voltados para a maior competição esportiva de 2024. Ao todo, são esperados 10.500 atletas. Este é o menor número desde Sydney, na Austrália. É a primeira vez que haverá a mesma quantidade de homens e mulheres, com 5.250 de cada gênero disputando as 48 modalidades esportivas. Mas e os jogadores assumidamente LGBTQIAPN+?
Ainda em seletivas para as Olimpíadas de Paris, há uma lista com 53 atletas declaradamente LGBTQIAPN+. Estima-se que o total pode ser menor do que o da última edição. Pelo Brasil, 16 nomes compõem a lista. Segundo dados obtidos pela revista OUT e pelo portal Guia Gay, ao todo, 41 atletas competem na categoria feminina. Duas são declaradamente não-binárias e um homem trans. Já entre a população masculina são até o momento 12 atletas; o dado reflete a dificuldade e o preconceito para se assumirem.
Paris contará com a Pride House Party, um espaço dedicado à comunidade LGBTQIAPN+, que tem o objetivo de promover a inclusão e o respeito pela diversidade no esporte em competições internacionais. Pela primeira vez, uma atleta sul-americana integrará a lista de embaixadores, a nadadora paralímpica brasileira Edênia Nogueira Garcia, tetracampeã mundial e medalhista paralímpica.
A população brasileira deseja ver mais "diversidade". Com o aumento da publicidade e de representatividade em eventos mundiais, como as Olimpíadas, o número de marcas e patrocinadores para atletas LGBTQIAPN+ tende a aumentar. Não só em propagandas esportivas, mas também em outras áreas, após o espetáculo. A identificação com propagandas que retratam a diversidade é maior entre os próprios públicos, mas o índice deu um salto de evolução também entre a população geral, de 49% para 58%, de acordo com estudo realizado pela Croma Consultoria.
Ainda segundo o Oldiversity, 64% dos respondentes gostariam de ver mais propagandas com elementos de diversidade. Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma e idealizador do estudo, fala que "incluir elementos e representar efetivamente a diversidade nas propagandas estampa o contraste que há na vida cotidiana, que é natural e deve ser valorizada. Marcas podem desempenhar um papel importante na desconstrução de estereótipos, preconceitos e discriminações".
"Temos, entre outros, o empoderamento feminino, a equidade no número de mulheres participantes e também o envolvimento da comunidade LGBTQIAPN+ cada vez mais engajada nas conversas e propósitos. Com a busca da diversidade e da representatividade, iniciativas serão criadas durante os Jogos para estimular a inclusão e o respeito entre os mais diversos públicos, propagando de forma genuína os valores olímpicos dentro de uma esfera ampla e social", explica Danielle Vilhena, diretora de Projetos e Operações de Marcas da Agência End to End.