Estreia de Israel em Paris tem vaias no hino e protestos: 'Palestina livre'
do UOL, em Paris
24/07/2024 16h31
A estreia de Israel nos Jogos Olímpicos de Paris, no duelo contra Mali, pelo torneio de futebol masculino, foi marcada por protestos contra a guerra contra o Hamas, iniciada em outubro do ano passado.
O estádio Parque dos Príncipes, na capital francesa, foi palco de um pesado esquema de segurança. A seleção israelense chegou escoltada por policiais do grupo antiterrorista, em um dispositivo reforçado também por policiais do país.
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Apesar de o evento ter sido catalogado como de alto risco pelas autoridades francesas, não houve incidentes nas imediações do estádio.
Torcedores de Israel e Mali caminhavam juntos nas filas de acesso ao estádio, com bandeiras dos dois países, sem animosidade. Alguns posaram abraçados para câmeras de TV.
O único incidente presenciado pela equipe do UOL foi com um torcedor francês, barrado por estar com uma camisa do Olympique de Marselha, rival do PSG, o dono do estádio.
Foi com as duas seleções já em campo que a tensão aumentou. Durante o hino nacional israelense, parte dos torcedores vaiou — a torcida de Israel respondeu gritando o nome do país.
Logo depois, um grupo de 13 manifestantes abriu duas bandeiras da Palestina na arquibancada atrás de um dos gols. Os torcedores vestiam camisetas brancas, com letras que formavam a frase "Free Palestine"; em português, "Palestina Livre".
Segundo depois, o grupo acendeu um sinalizador vermelho na arquibancada, o que é proibido pela organização dos Jogos Olímpicos. A polícia entrou em cena e retirou todos eles do local.
Ministro dá apoio
A estreia de Israel nos Jogos Olímpicos já seria um episódio tenso e ficou ainda mais depois que o Comitê Olímpico Palestino pediu a exclusão dos israelenses do evento, alegando a violação da trégua olímpica.
O ministro do interior da França, Gérald Darmanin, falou sobre o pedido em conversa com jornalistas antes do início do jogo e descartou a possibilidade de sanção à delegação do país.
"Sobre as delegações sensíveis, principalmente a israelense. Nós do Ministério do Interior resolvemos dedicar várias equipes para protegê-los 24h. O time foi escoltado pro jogo e hoje a noite vamos acolher o presidente de Israel, ele será bem-vindo para torcer pela sua equipe", disse o ministro.
"Os israelenses são bem-vindos. Desde os jogos de Munique o anti semitismo e o ódio contra os judeus existem no mundo, inclusive aqui na França. Aqui estamos nas Olimpíadas, com atletas do mundo todo, de várias religiões e nós temos que proporcionar segurança para todos", concluiu.