Cenário do Tour de France, Paris finalmente se rende ao ciclismo urbano
A cena mais famosa envolvendo bicicletas em Paris costuma ser a última etapa do Tour de France, principal prova do ciclismo de estrada. A capital francesa acolhe o último dia da competição, em que os melhores atletas do mundo desfilam pelas ruas com uma taça de champanhe nas mãos, celebrando o fim do evento.
Nesse ano, por causa dos Jogos Olímpicos, a tradicional chegada não aconteceu na cidade. Mas nos últimos meses, bicicletas bem menos tecnológicas e ciclistas de todos os níveis tomaram as ruas de Paris. Como plano de mobilidade para os Jogos Olímpicos, Paris investiu em infraestrutura para bicicletas — algo que era incipiente na cidade.
Segundo dados da Comissão Europeia, apenas 3% dos franceses costumam usam bicicletas e ciclomotores como meio de transporte; na Holanda, por exemplo, são 41%; Suécia (21%) e Alemanha (15%) fecham o pódio.
A Paris dos Jogos Olímpicos mostram um panorama diferente, ainda que não haja dados oficiais que ratifiquem a mudança.
Com o fechamento de ruas da região central e o bilhete de metrô mais caro (saltou de 2 para 4 euros, cerca de R$24), as bicicletas tornaram-se uma boa opção para se locomover pela cidade.
O investimento em estrutura acompanhou a demanda: Velib, sistema de empréstimo gratuito da cidade, ganhou 3 mil novas unidades.
Outras três empresas, privadas, aumentaram suas frotas em 10 mil cada, totalizando 30 mil novas bicicletas elétricas na cidade.
Também foram criadas 10 mil vagas de estacionamento para ciclistas nas imediações dos locais de competição. A ideia é que os torcedores possam se mover entre as arenas em duas rodas.
Nos últimos dois anos, a Prefeitura de Paris também expandiu em 54 quilômetros as ciclovias na cidade, o que transformou o mapa da capital francesa. Agora, é possível fazer trajetos turísticos clássicos praticamente sem sair de ciclovias.
A prefeita da cidade, Anne Hidalgo, prometeu que em 2026, a cidade será 100% adaptada para ser percorrida em bicicleta. Um investimento de 150 milhões de euros (cerca de R$ 900 milhões) que é candidato a ser um dos grandes legados olímpicos da cidade.
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