Entenda a relação entre mascote das Olimpíadas 2024 e a Revolução Francesa
Além da inédita cerimônia de abertura, as mascotes das Olimpíadas de Paris também inovaram. Ao invés de um animal, o comitê organizador definiu os "barretes frígios".
Conhecidas como Phryges, as mascotes trazem as cores da bandeira francesa.
Por que um gorro?
Os "barretes frígios" têm representatividade na França. É um forte símbolo associado à liberdade e à inclusão.
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Também conhecido como gorro da liberdade, a peça tornou-se uma das marcas da revolução francesa. O acessório pode ser visto na figura de Marianne e até em objetos do cotidiano —como moedas, selos e instituições governamentais.
No contexto histórico, os gorros foram usados por republicanos na tomada da Bastilha em 1789, que deu início à Revolução. Por conta disto, a vestimenta ganhou um simbolismo em solo francês.
O acessório remonta a revolução francesa, mas tem uma história anterior a 1789. Há quem atribua sua origem à Grécia e Roma antiga.
Segundo historiadores, a vestimenta era usada, à época, por pessoas escravizadas e a sua utilização indicava a libertação. O nome teria surgido na Frígia, região onde atualmente está localizada a Turquia. Um acessório similar era usado antes do século 7.
Escolhemos um ideal em vez de um animal. Escolhemos o barrete frígio porque é um símbolo muito forte para a República Francesa. Para os franceses, é um objeto muito conhecido que é um símbolo de liberdade, um objeto que representará mascotes em todo o mundo.
Tony Estanguet, presidente do comitê organizador olímpico
A mascote paralímpica apresenta uma deficiência visível pela primeira vez —com prótese e uma lâmina de corrida. "O fato de a mascote das Paraolimpíadas ter uma deficiência visível também envia uma mensagem forte: promover a inclusão", completou Estanguet.
A tradição das mascotes nos Jogos
A primeira aparição de uma mascote foi em 1968, nas Olimpíadas de Inverno, em Grenoble. Porém, não houve a chancela oficial do comitê organizador.
A agência encarregada em criar a publicidade do evento batizou o desenho como "Schuss". A figura de um esquiador de cabeça vermelha com uniforme azul foi criada por Aline Lafargue. Desde então, a tradição foi incorporada aos eventos esportivos.
Nos Jogos de Verão, a primeira mascote foi o cão Waldi, da raça Dachshund ou Teckel, em 1972, em Munique. A criação ficou por conta de Elena Winschermann, em referência ao animal popular na Bavária.