Paredão do Brasil no handebol supera corte de Tóquio: 'Não é fácil esperar'
Um paredão de 1,90m, elasticidade e agilidade chamou a atenção na estreia do Brasil no handebol feminino. A goleira Gabi Moreschi já desponta como um dos nomes de destaque dos Jogos Olímpicos de Paris. Uma reviravolta, se pensar que em Tóquio ela foi cortada antes da competição.
Ela foi espetacular na vitória sobre a Espanha, por 29 a 18, nesta quinta-feira (25), e trouxe para a quadra olímpica o desempenho de altíssimo nível que apresenta nos torneios pela Europa.
Não é fácil esperar tanto. Acho que isso me trouxe uma força diferente. Estou muito feliz por chegar aos Jogos Olímpicos. E cheguei do jeito que queria chegar, como titular da seleção, podendo ajudar da melhor forma. Não sei como seria em outra oportunidade, mas estou muito feliz assim. Gabi Moreschi, ao UOL, na zona mista pós-jogo.
Gabi jogou a temporada passada pelo SG BBM Bietigheim, da Alemanha. Foi vice-campeã da Liga dos Campeões da Europa. Mas depois da Olimpíada, começará a trajetória no CSM Bucharest, da Romênia.
Na Champions do handebol, ela teve 31% de eficiência nas defesas. Na estreia olímpica, jogou esse número para 45%. Isso só ressalta que ela é uma das melhores do mundo na posição.
Hoje, aos 30 anos, ela dá continuidade ao legado de grandes goleiras da seleção brasileira de handebol. Chana Masson, Mayssa e Babi Arenhart.
Início em Maringá
Mas tudo isso começou em Maringá, no Paraná. A história dela no handebol começou a virar coisa séria por meio de uma prima, que já treinava o esporte na escola.
Um dia, Gabi a acompanhou em uma atividade do time da cidade. O técnico bateu o olho nela, viu a altura e, de cara, identificou potencial. Fez o convite e ela foi.
Gabi já tinha jogado handebol na escola, mas só por brincadeira. Com o convite do técnico, viu que poderia pensar alto. De Maringá, foi jogar no Jundiaí e começou a frequentar a seleção de base.
A primeira vez dela fora do Brasil foi para jogar na Noruega, em 2015. No país nórdico, teve dificuldade com alguns aspectos culturais e culinários, mas isso depois virou detalhe, até porque passou a rodar por outros países, como França, Romênia e, mais recentemente, Alemanha.
Ainda jovem, Gabi Moreschi virou fã da Babi Arenhart, a goleira campeã mundial pelo Brasil em 2013. Com uma diferença de idade de sete anos, elas se aproximaram e viraram amigas quando Gabi passou a receber chance na seleção.
"Parecia uma criança quando conhecia um ídolo", relata ela sobre a primeira vez que esteve com Babi.
Da frustração em Tóquio à euforia em Paris
O brilho de Gabi Moreschi em Paris contrasta com o caminho duro na seleção, até pela concorrência fortíssima de Babi e outras goleiras, como Renata Arruda.
Em Tóquio, por exemplo, Gabi foi cortada dias antes dos Jogos. Mas usou isso como combustível para o ciclo seguinte.
Gabi Moreschi já foi titular da seleção na conquista do ouro no Pan-Americano de Santiago, em 2023. E agora começou muito bem os Jogos Olímpicos de Paris.
Contra a Espanha, mostrou ótimo posicionamento, velocidade de reação e personalidade. Não por acaso, levou o ginásio à loucura a cada defesa e foi crucial para o placar elástico na estreia brasileira.
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