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'Seleção feminina tem chances de medalha com ou sem Cristiane'

Imagem: Lívia Villas Boas / CBF

Do UOL, em São Paulo

25/07/2024 04h00

Na receita da longevidade, Cristiane dá aula. Aos 39 anos e em um novo momento da carreira, vestindo a camisa do Flamengo, foi cotada para defender a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris. A convocação não veio, mas a expectativa de medalha olímpica segue viva. Com ou sem Cris.

Acredito que a seleção está em boas mãos, está sendo muito bem treinada e muito bem trabalhada para uma Olimpíada muito importante e grande para essa geração de agora. A seleção tem chances com ou sem Cristiane". Cristiane Rozeira, atacante do Flamengo

"Me senti muito honrada em ser convocada anteriormente. Acho que todo mundo que o Arthur convocou procurou desempenhar sempre o seu melhor e aquilo que foi pedido pela comissão técnica. Uma coisa muito importante, que ele deixou muito claro com essa seleção atual, é a diversidade de idade. Você tem atletas mais experientes, você tem uma boa parte de renovação, que as pessoas cobravam tanto", completa Cris.

Imagem: Lívia Villas Boas / CBF

Respeito à seleção feminina

Grande parte da evolução da seleção feminina se deve às figuras pioneiras da modalidade. Cris faz parte do grupo que usou sua voz desde "quando era tudo mato" para reivindicar melhorias e abrir espaços para outras mulheres.

É muito de cada um, você sentir aquilo que realmente é importante para um todo. É sempre o que é válido, entender se vale a pena, se você vai se sentir tranquila quando bater de frente com alguém ou não. Já fiz muito isso na minha carreira, não arrependo de nenhuma delas, inclusive. De certa forma, foi assim que a gente foi conseguindo criar e abrir os espaços para sermos ouvidas, respeitadas e realmente a modalidade ser valorizada. Cristiane

Cristiane fez parte de convocações recentes da seleção feminina Imagem: Lívia Villas Boas / CBF

O melhor dos dois mundos

Cris considera seu momento atual o mais importante de sua vida. Equilibrando carreira e maternidade, ela entendeu que viver no presente é a única forma de seguir unindo o melhor dos dois mundos, pessoal e profissional.

Eu tento não ficar me prendendo muito ao 'não dá para apagar', mas procuro aprender com coisas novas diariamente. Hoje, eu tenho uma família, tenho um filho, então as prioridades são completamente diferentes".

"Eu foco tudo no que vem acontecendo agora. Tem o total apoio da minha esposa, tem o nosso filho, o quanto eu quero continuar para sempre tentar oferecer o melhor para ele, o melhor para minha família. Os desafios que eu tenho, a forma como eu encaro o meu trabalho, tudo que eu procuro fazer, eu sempre quero fazer para trazer o melhor para eles, para deixá-los tranquilos em relação a tudo, porque a gente sabe que a nossa carreira é diferente de um jogador masculino".

Longevidade no futebol

Aos 39 anos, Cristiane é a prova de que a vida de atleta tem como ser longeva e em alto rendimento. Artilheira da temporada na equipe rubro-negra, a atacante ainda não pensa sobre aposentadoria. O segredo para ir tão além da média no esporte é a disciplina.

Não tem um atleta que tem um tempo longo de carreira que não seja se cuidando... Cuidando do corpo, cuidando da parte física, da parte mental. Até para atletas mais experientes, que estão tendo mais tempo de carreira, é isso. É ter um cuidado maior com o teu corpo, muito maior até do que quando você é mais jovem, e continuar tentando quebrar os desafios, que eu acho que isso também motiva muito mais para seguir dentro do esporte. Cristiane

Na torcida

Do que é oferecido ao futebol feminino, a gente acredita que sempre pode ser para cima, sempre pode ser para ser melhor. A gente tem que continuar com o trabalho dentro do nosso clube, daquilo que as pessoas esperam... E ficar na torcida, uma torcida muito grande e importante para uma seleção que está sendo muito bem treinada e tem grandes chances de conquista de medalha olímpica. Cristiane

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