'Aposta comercial': look do Brasil para abertura dos Jogos divide opiniões

O consultor de moda André do Val, diz que as críticas aos looks do Brasil para a cerimônia de abertura acontecem porque o país se projeta naquele momento de projeção mundial. É quase como se víssemos a entrada nos Jogos como um patrimônio da nação.

"Não acho que foi um problema de estilo, pois se trata de uma aposta comercial. A Riachuelo é uma marca brasileira e de grande alcance. Acredito que para não criar um conflito político, por exemplo, eles preferiram usar menos as cores verde e amarelo", analisa o especialista.

Contudo, ele acha que a marca escolheu um caminho muito simples na hora de escolher as peças. "Ainda mais se compararmos com os outros países. Na abertura, você quer passar uma mensagem de quem está entrando ali. Não é uma festa casual", diz. Segundo ele, não precisam ser peças em alfaiataria, mas precisavam de um acabamento mais precioso, não restrito apenas ao bordado da jaqueta.

"Foi uma escolha pouco arriscada, mas como eles querem comercializar o look, era necessário também que os itens tivessem apego comercial", diz. Val ainda afirma que com um pouco mais de styling, ou seja, a combinação de peças com acessórios, a composição poderia ficar mais bonita.

A escritora e palestrante Ana Garmendia usou suas redes sociais para se posicionar sobre a polêmica das peças. "Esse uniforme é a cara do Brasil popular. Pode não ser o Brasil que vocês queiram ver representado aqui fora, mas será que ele é tão diferente de nós assim ou estamos vendo como somos e tivemos que constatar que somos, sim, sem cultura de moda?", questionou em sua publicação.

Garmendia ainda reforça que o uniforme podia, sim, ser mais bonito, mas que no final das contas, "na hora que eles [atletas] começarem a ganhar medalhas, tudo isso não terá a mínima importância."