Por que Medina é favorito na Olimpíada e Filipinho, atual bi mundial, não
Guilherme Dorini
Colaboração para o UOL
26/07/2024 17h00
Se a previsão se confirmar, o surfe deve ter seu início na Olimpíada neste sábado (27), em Teahupoo, no Taiti, a partir das 14h (horário de Brasília), quando os homens entrarão no mar para a disputa da primeira rodada. Filipe Toledo é o atual bicampeão mundial da modalidade. Seria o grande favorito à medalha de ouro, mas não é. O posto é de Gabriel Medina, que por pouco não se classificou.
Entenda a onda
Teahupoo, no Taiti, é conhecida por abrigar uma das ondas mais desafiadoras e temidas do mundo do surfe - não à toa é conhecida como "praia dos crânios quebrados".
A 15,7 mil quilômetros de Paris, ela é caracterizada por sua força impressionante e sua formação tubular perfeita. Ela quebra para a esquerda, sobre um recife raso de coral, criando um tubo espesso e poderoso que pode alcançar alturas de até 3 metros ou mais.
Irregularidade de Toledo
As participações de Filipe Toledo em Teahupoo têm sido irregulares, refletindo o desafio que ele enfrenta quando se depara com ondas mais pesadas. Em suas oito participações na famosa onda do Taiti, seu melhor resultado foi um terceiro lugar, em 2018.
Apesar de algumas dificuldades nas condições mais desafiadoras, Toledo, no entanto, mostrou momentos de bom desempenho, especialmente quando as ondas são menores, onde sua técnica e habilidade se destacam.
Medina é especialista
Gabriel Medina tem um histórico notável em Teahupoo, sendo um dos surfistas mais consistentes e bem-sucedidos na famosa onda do Taiti.
Em dez participações, Medina foi campeão por lá em duas oportunidades (2014 e 2018), além de ter alcançado finais em outras quatro ocasiões (2015, 2017, 2019 e 2020).
Medina é mundialmente conhecido por sua habilidade em surfar ondas grandes e tubulares, tendo conquistado várias notas 10 por lá. A última, inclusive, nesta temporada, em maio passado. Sua capacidade de se destacar em condições desafiadoras faz dele um dos competidores mais temidos em Teahupoo.
Chumbinho corre por fora
João Chianca também representa o Brasil no surfe masculino, destacando-se pela sua coragem e técnica. Conhecido como Chumbinho, ele é o mais novo dos três, tendo ingressado na elite mundial apenas em 2022.
O brasileiro se recuperou a tempo, apesar de ter sofrido uma lesão grave em Pipeline no início do ano e perdido toda a temporada atual. Nos treinos, demonstrou estar afiado e pronto para dar trabalho em Teahupoo.
Quem pode atrapalhar?
John John Florence (EUA), atual líder do ranking mundial, Jack Robinson (AUS) e o local Kauli Vaast (FRA) são nomes para se ficar de olho, eles podem atrapalhar os brasileiros na busca do bicampeonato olímpico, conquistado por Italo Ferreira em Tóquio - o potiguar, no entanto, não conseguiu se classificar e é a grande ausência.
Formato e baterias
No primeiro dia de competição, ninguém é eliminado. Assim como no Mundial, o melhor de cada bateria avança diretamente para a terceira rodada, enquanto os dois outros competidores disputam uma repescagem na segunda rodada.
Os três brasileiros competem em sequência. Filipe Toledo é o primeiro a entrar no mar, na terceira bateria do dia, enfrentando Alonso Correa (PER) e Kanoa Igarashi (JAP). Na sequência, Gabriel Medina compete contra Connor O'Leary (AUS) e Bryan Perez (ELS). Chumbinho fecha a participação do Time Brasil, enfrentando Ramzi Boukhiam (MAR) e Billy Stairmand (NZL).