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Segurança reforçada deixa cerimônia das Olimpíadas sem público e sem sal

A Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris foi pensada para ser vista por muita gente. Na cidade mais turística do mundo, pregou-se que seria uma abertura democrática e que pudesse ser acompanhada de perto pela população ao longo dos 6,5 km de margens do rio Sena até chegar no coração da capital francesa.

Os organizadores sabiam que isso talvez não fosse o mais indicado para a transmissão televisiva, mas traria o aspecto "popular" que a França queria transmitir para o mundo. Sabiam que não seria o mais adequado para a televisão, pois é um palco em movimento, mas teria essa novidade histórica.

Só que se a expectativa era ter milhares de torcedores na orla e que o desfile contasse com o calor do povo, a realidade se mostrou muito mais dura e fria. Com as necessidades de segurança, amplificadas com ataques a linhas de trem no próprio dia do evento que obrigou a reforçar os protocolos, a cerimônia foi sem graça e quem curtiu foi o telespectador.

Cada apresentação artística é vista por poucas pessoas em blocos de arquibancada no percurso e no Trocadéro, o "palco" final do evento, as pessoas pagaram ingressos caros não conseguem ver nada, nem mesmo o rio. No fim, só quem pagou ingresso pra sentar na beira do rio Sena viu algo da cerimônia, mas apenas um recorte.

Como comparação, no estádio quem paga ingresso vê tudo que acontece. E podem ser colocadas 80 mil pessoas nas arquibancadas, como ocorreu em edições anteriores. A cerimônia que pretendia ser democrática deu completamente errado e frustrou milhares de pessoas que sonharam com esse momento e se deslocaram pela chuvosa Paris para tentar ver algo. Uma pena.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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