Dia sem medalha pode ter lado bom? Cachorrão, Mafê e surfe mostram que sim
Do UOL, em Paris (FRA)
27/07/2024 18h20
Existe um ditado espanhol que diz: "Quem faz o melhor que pode não está obrigado a nada mais". Se encaixa bem no dia brasileiro em Paris, que termina sem medalhas, mas com orgulho:
1. Guilherme Costa, o Cachorrão, fez o melhor tempo de sua vida na final dos 400m da natação e, nas duas Olimpíadas anteriores, teria sido medalhista. Mas não em Paris. Mesmo com recorde pan-americano, ele terminou em quinto, em uma das finais mais fortes da história.
2. Mafê Costa, também dos 400m da natação, foi a sétima colocada, igualando o melhor resultado dos últimos 20 anos da natação brasileira nas piscinas olímpicas (Gabiella Silva, dos 100m borboleta, também foi sétima em 2008).
3. João Chianca, que sofreu um acidente no início do ano que quase custou sua vida, estreou com vitória no surfe olímpico. Ao lado de Gabriel Medina, o favorito nas ondas de Teahupoo, ele já levou o Brasil para as oitavas de final — Filipe Toledo, o atual bicampeão mundial, vai para a repescagem.
O Brasil terminou o primeiro oficial dia dos Jogos sem medalhas muito por conta da chuva: o skate street masculino, em que Kelvin Hoefler, Luigi Cini e Felipe Gustavo estão entre os candidatos ao pódio, foi adiado — aconteceu o mesmo com a maioria dos jogos de tênis, em Bia Haddad, Laura Pigossi e Luisa Stefani tiveram a estreia adiada.
Outros destaques
Campeã mundial de esgrima, Nathalie Moellhausen foi eliminada perdeu na estreia, mas revelou que competiu machucada. Ela descobriu, na reta final de preparação, um tumor aparentemente benigno nas costas e tem operação marcada.
Campeão mundial e medalhista olímpico, Arthur Nory caiu em sua apresentação na barra fixa, da ginástica, e foi eliminado. Mas o outro brasileiro na prova, Diogo Soares, está na final do aparelho.
Já o vôlei masculino, sempre favorito sob o comando do técnico Bernardinho, estreou com derrota, 3 a 1 para a Itália. Para um time que, nos últimos anos, não teve resultados consistentes, não chega a ser uma surpresa. Darlan definiu o resultado como "meio merda".
Pena, mesmo, foi no basquete. Quem assistiu ao primeiro quarto do duelo contra a França viu um time ousado, que parou o "alien" Wembanyama e enterrou na cabeça de Rudy Gobert (o autor do feito foi o pivô Mãozinha). O problema é que a força dos atuais vice-campeões olímpicos prevaleceu nos quartos seguintes: vitória do time da casa, por 78 a 66.