Cachorrão faz melhor tempo de sua vida, bate recorde, mas acaba sem medalha

Existe um ditado espanhol que diz: "Quem faz o melhor que pode não está obrigado a nada mais". Guilherme Costa pulou da raia cinco para a final dos 400m livre das Olimpíadas de Paris e fez o melhor tempo de vida.

Os 3min42s76 com que completou a prova são o novo recorde pan-americano e, nas ultimas duas edições dos Jogos Olímpicos, valeriam uma medalha. Mas não em Paris. O 'Cachorrão' terminou na quinta colocação (3min42s76), atrás de Lukas Maertens (Alemanha), Elijah Winnington (Austrália) e Kim Woomin (Coreia do Sul), ouro, prata e bronze, respectivamente, além de Samuel Short (Austrália), o quarto.

Guilherme Costa fez a última parcial dos 400m em 27s31. Foi a mais rápida entre todos os nadadores. Mesmo assim, ficou a 26 centésimos de uma medalha. Mesmo sendo o melhor da prova, para ele foi o que fez a diferença para o quinto lugar. "Acertei em 350m, nos últimos 50m, faltou. Sempre foi meu ponto forte, hoje não aconteceu. Quando virei, tinha certeza que a medalha ia sair".

Cachorrão acredita que entregou o melhor de si na piscina em Paris. "Fiz tudo que podia para vencer a prova, pelo menos conseguir uma medalha, e não aconteceu. Não esperava isso. Fiz tudo no ciclo para a medalha". Emocionado ao falar com a imprensa, o nadador foi consolado pelo treinador Rogério Karfunkelstein, que reforçou a mensagem de valorização à performance de Guilherme na final.

Enquanto Guilherme Costa, o Cachorrão, se lamenta, alemão Lukas Martens comemora ouro na natação nas Olimpíadas
Enquanto Guilherme Costa, o Cachorrão, se lamenta, alemão Lukas Martens comemora ouro na natação nas Olimpíadas Imagem: Michael Kappeler/picture alliance via Getty Images

O alemão Maertens dominou a prova do início ao fim. Ele virou todas as parciais de 50m na primeira colocação. Kim foi quem o seguiu de perto durante a maior parte da prova, porém caiu de ritmo nos 50m finais e perdeu a medalha de prata.

É a segunda edição de Olimpíadas disputada por Cachorrão nos 400m livre. Em Tóquio, o brasileiro ficou com a 11ª colocação e veio numa crescente de resultados durante o ciclo, com direito à medalha de bronze no Mundial de Budapeste, em 2022.

Logo depois da prova deste sábado, a comissão técnica da seleção brasileira anunciou que Cachorrão não disputará os 200m livre no domingo (29). O foco do atleta se volta para os 800m livre, prova em que é finalista olímpico. Ele ainda participa do revezamento 4x200m livre e dos 10km em águas abertas.

Mais cedo, quando pulou na água para as eliminatórias, Cachorrão saiu da raia 3 e virou a primeira metade da prova em terceiro lugar da bateria. Nos metros finais para a batida, ele cresceu — como já é de sua característica — e conquistou o melhor tempo: 3min44s23. Guilherme passou para a decisão com a segunda melhor marca.

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400m livre masculino - Final

  1. Lukas Maertens (Alemanha) - 3min41s78
  2. Elijah Wennignton (Austrália) - 3min42s21
  3. Kim Woomin (Coreia do Sul) - 3min42s50
  4. Samuel Short (Austrália) - 3min42s64
  5. Guilherme Costa (Brasil) - 3min42s76
  6. Fei Liwei (China) - 3min44s24
  7. Oliver Klemet (Alemanha) - 3min46s59
  8. Aaron Shackell (EUA) - 3min47s

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