Tati sobre surfar em onda de coral venenoso: 'Não penso no risco de morte'
As provas de surfe das Olimpíadas de Paris começam neste sábado (27), às 14h (de Brasília). A competição será realizada na praia de Teahupoo, no Taiti, o lugar também conhecido como o mar dos "crânios quebrados". Ao UOL, a brasileira Tati Weston-Webb comentou sobre os riscos da temida onda.
É uma onda perigosa, mas a gente não fica focado na parte negativa, vamos dizer. A gente sempre pensa em o que a gente poderia fazer, planeja o nosso melhor tubo da vida e ganhar um 10, como já aconteceu comigo. Ficamos na esperança para fazer alguma coisa muito irada e não pensamos que tem chance de morrer.
Tati Weston-Webb.
A expressão sobre fraturas cranianas teve origem nos povos originários e ganhou popularidade por causa das ondas desafiadoras. Durante a etapa do Taiti neste ano na WSL, Tati conseguiu tirar uma nota máxima após surfar um tubo perfeito.
"Realmente tem que ficar esperto, tomando decisões corretas durante a bateria. É importante estar super ligado. É bem perigoso, existe chance de morrer, porque dá para bater a cabeça no coral. Como eu falei, a gente não fica tipo pensando nesse lado. Já tenho muita experiência nessa onda e outras pessoas que estão nas Olimpíadas também têm, somos profissionais e estamos acostumados", complementou Tati.
Teahupoo é diferente, porque a onda começa a se formar em uma fossa abissal — área profunda do oceano — e passa rapidamente para as águas rasas, sem perder força, até quebrar sobre uma bancada de corais venenosos. A combinação forma ondas incríveis, porém muito perigosas.
Durante as etapas da WSL no Taiti, a organização monta um esquema de segurança reforçado, diferente de outras provas, com mais equipes de resgate e aparatos de salvamento. É o que acontece em lugares que formam as ondas perigosas, chamadas de "ondas de consequência".
De olho em mais um 10
Nas Olimpíadas de Paris, o Brasil será representado por seis surfistas: Tati Weston-Webb, Tainá Hinckel e Luana Silva, no feminino, e entre os homens Filipe Toledo, João Chianca e Gabriel Medina, que é considerado um dos maiores especialistas nas ondas de Teahupoo.
Em maio deste ano, Tati atingiu a pontuação máxima na avaliação de todos os cinco juízes na semifinal da etapa do Taiti ao mostrar muito controle ao surfar um tubo profundo. A expectativa pelo sucesso é grande, segundo a surfista brasileira, mas ela destaca que repetir o feito é um novo desafio.
"Sempre fui fã de Jogos Olímpicos e tenho esse sonho de ganhar um ouro ou qualquer outra medalha. Quando o surfe entrou no programa olímpico, eu vi que tipo o meu sonho poderia ser alcançado. Então eu estou aqui lutando para isso. A expectativa é grande. Eu tirei 10 na etapa do Taiti, e vou ter que fazer esse trabalho tudo de novo", disse.
"Ainda falta muito trabalho ainda para alcançar o meu sonho que é tentar ganhar uma medalha. Então eu acho que tipo muito legal conseguir um 10 mas ainda falta muito trabalho para conseguir alcançar o meu sonho", acrescentou.
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