Não existia 10 no placar: a história da ginasta que alcançou a perfeição

A série durou menos de 20 segundos, mas os movimentos precisos e cheios de graça da prodígio romena deixaram os árbitros admirados.

Há mais de 40 anos, alcançar a perfeição na ginástica era algo impensável. Os placares nem eram programados para registrar os dígitos "10,00" e inicialmente apresentaram a pontuação 1,00. Os espectadores, boquiabertos, compreenderam rapidamente o verdadeiro resultado quando este foi anunciado no sistema de alto-falantes e a jovem foi ovacionada no ginásio.

"Eu não era dessas que olhava para o placar imediatamente depois de uma série, mas lembro que havia um barulho inacreditável do público", relembrou a ex-atleta em uma entrevista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

Eu fiquei muito feliz. É como estar na escola e tirar um 10 em matemática.
Nadia Comaneci à BBC Mundo

Esta foi a primeira das sete notas 10 que ela conquistou na cidade canadense. No total, foram três medalhas de ouro (barras assimétricas, trave de equilíbrio e por equipes), além de uma prata e um bronze.

Comaneci, que começou a fazer ginástica no jardim de infância, se tornou um fenômeno global. Em Moscou, quatro anos depois, conquistaria mais duas medalhas de ouro antes de se aposentar em 1981.

A inovação dos movimentos de Nadia é lembrada até hoje na ginástica. Um de seus movimentos recebeu o nome de "Comaneci salto", e é tido como um dos mais complexos da modalidade pela FIG (Federação Internacional de Ginástica). A ideia do movimento surgiu depois um erro durante práticas da ginasta ao lado do técnico Bela Karolyi.

*Com AFP e reportagem publicada em 18/07/2012