Em Paris, Giba aposta no TikTok para se aproximar de jovens fãs de vôlei

Enquanto espero para entrevistar Giba, ele tenta três vezes gravar um vídeo com a Torre Eiffel ao fundo. Nenhuma deu certo e ele deixou para depois. Credenciado como representante dos atletas da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), ele leva também uma vida paralela de influenciador e, pelas redes sociais, anunciou que está nos Jogos com uma casa de apostas.

Dá dicas de vôlei, sempre com a camisa da seleção, e faz dancinhas sem muito traquejo. No Instagram, já superou a barreira do milhão, enquanto que no TikTok tem 167 mil fãs, o que é suficiente para ele alcançar novos públicos.

"O mais gratificante é você ver as crianças de 7 anos: 'Seu Giba, né? Giba Neles, né?' Eu falei: 'Cara, você me conhece de onde? Do TikTok, do Instagram'. Então, assim, eu acho que está voltando, volta um pouco a história, mostrando para todos esses jovens aí que não conseguiram me acompanhar enquanto eu jogava", disse ele ao Olhar Olímpico.

Mas claro que o trabalho profissional nas redes sociais — Giba é assessorado por uma agência — não visa só ensinar vôlei e apresentá-lo a novos públicos. É também uma possibilidade de fonte de renda.

"Hoje as redes sociais são um veículo muito forte. As empresas olham muito isso, os números, o engajamento, todas essas coisas que eu estou aprendendo tudo agora. E, sem dúvida nenhuma, acaba te dando um retorno financeiro."

A volta do "Giba neles" coincide com uma fase ruim do vôlei brasileiro. Darlan é o único atleta que tem conseguido grande apelo fora da bolha dos fãs de vôlei, enquanto a seleção masculina sofre. Este ano, caiu nas quartas de final da Liga das Nações (VNL), em seu prior resultado em décadas.

"O problema não é o apelo deles agora. O problema é a gente que acostumou vocês mal. Acredito que aquela hegemonia que os Estados Unidos fizera na década de 80, a Rússia na década de 70, a Itália nos anos 90, nós nos anos 2000, isso aí não existe mais. Você vê uma hora os Estados Unidos, uma hora você vê França, uma hora você vê Polônia. Não existe mais isso", avaliou.

Giba entende que, hoje, o esporte está mais nivelado. "O equilíbrio no voleibol cresceu muito, principalmente com a tecnologia, com a medicina esportiva crescendo, com todos esses suplementos que hoje tem. Você vê os atletas hoje muito mais fortes, muito mais resistentes. Então, assim, não é uma questão de uma fase do Brasil. Acredito que o Brasil continue ainda entre as seis principais equipes do mundo e que continua disputando. A gente não pode achar que está tudo errado só porque não está ganhando uma medalha de ouro."

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