Como a Inteligência Artificial será usada nos Jogos Olímpicos Paris-2024?
As Olimpíadas de Paris-2024 acontecem em meio à consolidação mundial da Inteligência Artificial. A ampliação da ferramenta, nos últimos anos, exibiu uma série de novas utilidades, inclusive no mundo do esporte. Afinal, diversas modalidades aplicam a tecnologia para automatizar e facilitar tarefas.
O que aconteceu
Um exemplo é o futebol, com programas como o CUJU, que apoiam os clubes a encontrarem novos talentos para a sua base. Em Paris, já foram anunciadas diversas inovações por IA que serão implementadas nesta edição. Nos EUA, a NBC utilizará a tecnologia para recriar a voz de um dos narradores mais icônicos do país, Al Michaels, que está aposentado há três anos, em um boletim diário para os espectadores.
"Os Jogos Olímpicos são o maior palco para qualquer tipo de desenvolvimento tecnológico. Por isso, a expectativa é que o evento possa trazer diversas inovações. Essas novidades acompanharão o desempenho esportivo de forma mais eficiente e, consequentemente, devem mudar a forma como consumimos as competições" Sven Muller, CMO do CUJU.
O tema foi alvo de um debate promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) durante um evento em Londres, em abril de 2023, com representantes dos setores esportivo e tecnológico, para discutir a variedade de usos da Inteligência Artificial no esporte, com a apresentação de casos concretos, como a criação de materiais esportivos e, até mesmo, a automatização do processo de distribuição de notas para esportes como ginástica artística, por exemplo.
Nos Jogos Olímpicos, a Inteligência Artificial auxiliará em funções como detecção de atletas, melhoria de desempenho esportivo, gestão de competições, segurança, preparo físico e estratégico dos atletas, interação com os torcedores e orientação de atletas paralímpicos.
"Desde a personalização da experiência até o aprimoramento do treinamento dos atletas, a IA está na vanguarda da inovação esportiva. Com algoritmos avançados, podemos oferecer uma narrativa mais envolvente e customizada para os espectadores. Dados coletados com sensores vestíveis viabilizam o monitoramento ativo da resposta física dos competidores, ajudando não apenas a entender a performance, mas também prevenindo lesões. Além disso, câmeras inteligentes permitem captar momentos cruciais e ângulos únicos, elevando a análise de desempenho e estratégias em tempo real", Renato Monteiro, Head de Experiência e Mercado da keeggo, consultoria especializada em tecnologia.
A Inteligência Artificial também pode ser utilizada na fisioterapia dos atletas, principalmente para coleta e análise de dados, com o objetivo de identificar padrões, anomalias e fatores de risco, personalização do tratamento e monitoramento contínuo. Para a fisioterapeuta esportiva Karen Fernandes, associada à Sonafe (Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física) e membro CTFETO do Crefito12, o olhar humano permanece como fundamental nos tratamentos, independentemente da tecnologia.
"O fisioterapeuta desempenha um papel fundamental na interpretação dos resultados, considerando o contexto único de cada paciente e tomando decisões de tratamento com base em sua experiência e conhecimento. Aliando isso ao uso de ferramentas de Inteligência Artificial, os pacientes podem ter ganhos como: a redução do risco de lesões, recuperação mais rápida e eficiente, melhora da performance e até mesmo maior longevidade na carreira" Karen Fernandes, fisioterapeuta.
Com relação à transmissão do evento, além do recurso de narração artificial, as emissoras dos Jogos poderão criar clipes automaticamente de melhores momentos, focados tanto nos atletas quanto em um determinado país, levando em conta fatores como barulho da torcida ou o placar para selecionar as imagens.
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