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Quarta colocada na canoagem, Ana Sátila vive 'dia mais difícil' da vida

Ana Sátila na final do K1 da canoagem slalom nas Olimpíadas de Paris Imagem: Luiza Moraes/COB

Do Olhar Olímpico, em Paris

28/07/2024 15h25

Na chegada da prova de ciclismo de estrada, no sábado (28), a imprensa portuguesa fez festa para o sétimo lugar de Nelson Oliveira. Neste domingo, Ana Sátila chegou com cara de choro para falar com os jornalistas brasileiros após o quarto lugar no K1 da canoagem slalom.

Enquanto os portugueses festejavam a conquista de um "diploma olímpico", dado a quem fica até à oitava posição na Olimpíada, no Brasil praticamente desconhecemos este prêmio. É tudo ou nada pela medalha. Por isso o gosto amargo na boca de Ana Sátila, que viu a medalha de pertinho.

"Acho que ninguém imagina como é para um atleta olímpico terminar em quarto lugar", disse ela, que está em sua quarta Olimpíada, depois de estrear aos 16 anos em Londres, chegar como candidata à medalha no Rio, e ser finalista em Tóquio.

"Está sendo o momento mais difícil da minha carreira. Em nenhum momento eu imaginei terminar em quarto lugar, eu estava sonhando muito com essa medalha todos os dias e eu consegui aproveitar muito, tanto a semifinal quanto a final, estava muito positiva, muito alegre, me sentindo muito bem na água. Ao mesmo tempo que eu estou contente de ter conseguido entregar meu melhor, estou muito triste por ter chegado tão perto", ela disse.

Ainda que ela dispute outras duas provas na Olimpíada, o C1 e o K1 Extremo, exatamente as que ela costuma ter melhor desempenho, Ana saiu do canal com a cabeça de que só terá outra chance daqui a quatro anos. Ela olha categoria a categoria, e quer muito ser medalhista olímpica no K1, não só nas outras provas.

"Eu foquei em todas as categorias. Eu tenho me sentido muito bem, tanto no C1 quanto no caiaque, eu evoluí muito recentemente, principalmente no caiaque e eu acho que tudo que eu pude entregar em todas as categorias eu tenho feito. Eu e meu treinador a gente tem se dedicado bastante, então eu fico orgulhosa desse trabalho", disse, citando o italiano Ettore Vivaldi.

Ana ainda sonha ir para uma quinta Olimpíada no caiaque, mas acha que a disputa pela vaga em Los Angeles será difícil. "Minha irmã está vindo muito forte", afirmou, fazendo referência a Omira Estácia. Foi a irmã quem classificou o Brasil para competir em Paris, com o 25º lugar no Mundial, porque Ana, quinta naquele torneio, não era elegível, já que havia conquistado a vaga no C1.

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