Eliminado, skatista dá 'bronca' em brasileiros que secam: 'Não é futebol'
Felipe Gustavo "repreendeu" os torcedores brasileiros que torcem para skatistas de outras nacionalidades caírem durante os Jogos Olímpicos de Paris. Eliminado nas preliminares, o atleta de 33 anos ressaltou que o meio do skate é como uma família e ressaltou que a postura de "secar" não existe no esporte, diferentemente do que acontece no futebol.
O skate é muito família. Dentro do skate ali não tem ninguém torcendo contra ninguém (...) Não é que nem futebol. Eu tento nem ter isso como uma distração, sabe? Acho que a galera realmente não entende. Então, a gente tenta que explicar da melhor forma como funciona o skate. Felipe Gustavo, ao UOL
A crítica do skatista é baseada nos torcedores que "comemoram" quando rivais de brasileiros erram manobras ou caem nas disputas. Tal postura ganha eco nas redes sociais e foi vista tanto nos Jogos de Tóquio quanto nesta edição em Paris, como na torcida por medalha de Rayssa Leal.
Felipe Gustavo esteve em Le Concorde 3 no último domingo (28) e citou como reagiu ao comportamento dos brasileiros que estavam na torcida. "Como eu estava na torcida aqui ontem, muita gente errou e [brasileiros]comemoravam. Falei: 'não é isso'. Porque muita gente treinou pra estar aqui todo mundo quer fazer o seu melhor."
Ele ressaltou que no meio do skate não existe tal atitude. "E espero que nunca exista", completou.
Entre os atletas, o que prevalece é o apoio mútuo. O brasileiro relatou que torce para que um adversário acerte um movimento para que o motive a acertar na sequência. "O Decenzo [canadense], vinha para mim e falava: 'Vai, mano, se você acertar eu acerto'. Eu não quero que ele erre, quero que ele acerte para eu vir atrás e acertar. É, sei lá, uma admiração pelo esporte, quem anda de skate mesmo a gente quer ver o esporte crescer cada vez mais. Então isso gera uma motivação dentro da pista ali. E é isso, a gente é muito família", finalizou.
Felipe Gustavo não conseguiu pontuar o suficiente nas preliminares e foi eliminado em Paris, assim como Giovanni Vianna. Felipe começou mal nas corridas, até ensaiou uma reação tirando 93.22 na primeira manobra, só que caiu nas demais e viu o sonho acabar combinando para apenas 157.89 pontos. Já Kelvin Hoefler está com a vaga confirmada na final, que começa às 12h (de Brasília).
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