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Judô: Bronze em 2021, Cargnin cai para rival acusado de violência doméstica

Daniel Cargnin em ação nos Jogos Olímpicos de Paris Imagem: Kim-Kyung-Hoon/Reuters

Do UOL, em Paris e em São Paulo

29/07/2024 05h48

O judoca brasileiro Daniel Cargnin perdeu do kosovar Akil Gjakova em sua estreia nos Jogos Olímpicos de Paris e está fora da disputa na categoria até 73kg.

O que aconteceu

Bronze em Tóquio na categoria até 66kg, em 2021, o brasileiro foi derrotado por ippon após dois waza-ari e está eliminado do individual. O atleta de 26 anos começou agressivo e logo derrubou o adversário, mas não conseguiu aplicar o sacrifício. O kosovar reagiu na sequência e passou a ameaçar o brasileiro no tatame do Campo de Marte.

O primeiro ponto do adversário foi contestado. Os dois lutadores foram ao tatame e reivindicaram o golpe para si. Primeiramente, foi creditado um ippon direto para o oponente, que depois foi revertido para o brasileiro, mas por fim ficou como waza-ari para o kosovar. Em vantagem, Gjakova conseguiu aplicar mais um waza-ri e encerrou o combate.

Gjakova é acusado de violência doméstica e procurado pela polícia em seu país. Segundo a Reuters, a Federação de Judô do Kosovo afirmou que acredita na inocência do atleta, mas acrescentou que ele vai se entregar para as autoridades quando retornar de Paris.

Medalhista olímpico, Cargnin era esperança de medalha e considerado favorito no combate. O brasileiro é o 6º do ranking mundial, enquanto o adversário de Kosovo é o 17º. No entanto, ele já havia sido derrotado por Gjakova em confronto anterior.

Apesar da eliminação na categoria, Cargnin ainda vai participar da disputa por equipes pelo Brasil. Portanto, tem chance de conquistar medalha em Paris. O Brasil enfrenta o Cazaquistão na estreia, no sábado (3).

Ele está em sua segunda edição das Olimpíadas. Além do bronze nos Jogos de Tóquio na categoria até 66kg, ficou em terceiro no Mundial e em primeiro no World Master, ambos em 2022.

Ciclo complicado

Natural de Porto Alegre (RS), Cargnin teve um ciclo complicado com lesões. Além da questão física, ele esteve envolvido diretamente na ajuda às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul poucos meses antes de competir em Paris.

Cargnin não escondeu a frustração com a derrota e com os problemas que vem enfrentando. Ele disse que não se encontrou na luta, desabafou sobre as recorrentes lesões e afirmou que vai refletir sobre o que vem lidando. Com a voz embargada, o judoca brasileiro teve dificuldade para falar após a eliminação.

O que mais me mata... Acho que é minha família está aí, e a resiliência que tive no meio das lesões. Quando subi de Tóquio para cá era 66 kg e tive um ciclo bem conturbado. Achei que subindo ia ser um pouco mais tranquilo, mas veio uma sequência de lesões. Mal conseguia ir para academia fazer o corpo inteiro porque alguma cosia estava lesionado. É uma tristeza a mais pelas pessoas que me ajudaram. Acho que é tentar manter positivo porque um resultado não vai me definir. Refletir o que esta acontecendo, estava um pouco mais ansioso que o normal, é tentar refletir.

[Gjakova] É um cara que tem característica de fazer bastante força. Quando deu aquele lance enroscado, olhei para o placar e achei que estava ganhando. Acabou que não me encontrei muito na luta, sendo sincero, não consegui desempenhar o que consigo fazer, mas não é de hoje. Depois que comecei da dar lesionada, comecei a ter mais dificuldade. Daniel Cargnin, à CazéTV

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