Nadal luta, mas Djokovic leva 'última dança' entre rivais e provoca torcida

O jogo que pode ter sido o último duelo entre Novak Djokovic e Rafael Nadal terminou com um 2 a 0 a favor do sérvio em plena quadra principal de Roland Garros, no saibro, piso em que o espanhol bateu por 20 vezes um de seus maiores rivais. Mais do que isso, parecia ser uma despedida melancólica do espanhol do torneio de simples dos Jogos Olímpicos de Paris, ainda na segunda rodada. Errando muito, o ex-número 1 do mundo foi batido por 6 a 1 no primeiro set, mesmo com muito apoio da torcida.

A história foi a mesma no começo do segundo set. Nadal tinha momentos em que mostrava o que é capaz de fazer, mas seguia errando bastante e perdendo oportunidades. Foram várias as bolas longas demais por questão de poucos centímetros, mas se esses centímetros eram para dentro da quadra no caso de Djokovic, eles eram para fora nas jogadas do espanhol.

No entanto, as tentativas de Nadal começaram a entrar no quinto game do segundo set, quando perdia por 4 a 0. Ele confirmou seu saque duas vezes, quebrou o de Djokovic outras duas, e empatou o segundo set em 4 a 4, com direito a um ponto espetacular para fechar a segunda quebra, que fez as 15 mil pessoas da quadra central de Roland Garros o aplaudirem de pé.

Djokovic retomou o controle da partida nos dois últimos games e fechou com 6 a 4, com direito a uma certa provocação à torcida, colocando a mão no ouvido após fazer 5 a 4. Ele já entrou na quadra sob algumas vaias e teve de ouvir o coro de "Rafa, Rafa" a cada final de ponto, mesmo quando estava muito superior ao espanhol.

Esse apoio quase total a Nadal - havia alguns torcedores sérvios tentando fazer barulho, sem muito sucesso - tem muito a ver com o momento dos dois. Nadal vem de uma lesão séria na região do quadril e não tem sido competitivo, em suas próprias palavras, há dois anos.

Ele fez um trabalho específico para conseguir disputar os Jogos Olímpicos e chegou a Paris se lamentando por não ter aproveitado melhor as chances que teve ao longo da carreira para colecionar ouros quando estava no auge. Foi em solo chinês, inclusive, que ele derrotou Djokovic em seu único encontro olímpico até aqui, pelas semifinais.

É a condição física difícil de Nadal que faz com que ele sinta que suas performances andam "imprevisíveis". De fato, ele já não tinha se apresentado tão bem no domingo, quando estreou no torneio de simples. A história foi diferente na estreia de sua dupla com Carlos Alcaraz no sábado. Ali, ele ligou o 'modo Rafa' em alguns momentos com bolas que não pareciam possíveis e foi fundamental para a vitória por 2 a 0.

É bem verdade que Nadal errou muito, inclusive bolas mais fáceis. Mas velhos rivais também tiveram grandes duelos e bolas que poucos tenistas conseguiriam encaixar.

Nadal segue na disputa das Olimpíadas no torneio de duplas, enquanto Djokovic está totalmente focado no campeonato de simples, buscando o ouro que falta ao seu extenso rol de conquistas. Ele só tem um bronze, em Pequim 2008, justamente após perder a semifinal para Nadal, que levou o ouro na ocasião.

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E, se essa tiver sido realmente a 'última dança' entre os dois, como disse Djokovic e negou Nadal, o sérvio vai ter levado vantagem de 31 a 29 no histórico de uma das rivalidades mais marcantes da história do tênis.

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