Judô: Rafaela Silva perde para atual campeã mundial e vai disputar o bronze
Do UOL, em Paris e São Paulo
29/07/2024 11h27Atualizada em 29/07/2024 12h19
A judoca Rafaela Silva foi derrotada pela sul-coreana Mimi Huh na semifinal da categoria até 57kg nas Olimpíadas de Paris, mas segue em busca de sua segunda medalha olímpica.
O que aconteceu
A brasileira, que conquistou a medalha de ouro há oito anos, perdeu para a atual campeã do mundo no golden score. Huh é a terceira colocada no ranking mundial, enquanto a brasileira aparece em quarto.
Rafaela começou na ofensiva, mas não conseguiu finalizar e a oponente aplicou um waza-ari na marca dos seis minutos de combate. Extremamente concentrada, a atleta de 32 anos teve postura agressiva, partiu para cima e quase conseguindo imobilizar a sul-coreana, que escapou. Ela recebeu uma segunda punição no golden score, até enroscou a mão na faixa de Huh, só que pouco depois levou o golpe que encerrou o sonho do segundo ouro.
Uma cena do combate chamou a atenção: a sul-coreana correndo, literalmente, da brasileira no tatame. A atitude da adversária poderia gerar uma punição, o que não ocorreu. De qualquer forma, ela ainda não havia havia recebido nenhum shido e, na sequência, aplicou na sequência o golpe que definiu o combate.
Apesar da derrota, a brasileira vai disputar o bronze em Paris. A adversária será a japonesa Haruka Funaubo, e a luta deve começar por volta das 12h30 (de Brasília) — depois da repescagem e das semis do masculino até 66kg. Ela será a primeira a entrar em ação valendo o bronze.
Rafaela chegou à semi com duas vitórias maiúsculas. Primeiro dominou a turcomenistã Maysa Pardayeva na estreia, e nas quartas atropelou a georgiana Eteri Liparteliani. Não deu chance para as rivais.
Ela também vai participar da disputa por equipe mista, que ocorrerá em 3 de agosto.
Em busca de fazer história, de novo
A atleta de 32 anos está em sua terceira edição de Olimpíadas e é cotada a ser medalhista em Paris. Estreou nos Jogos em Londres-2012 com o nono lugar, e depois foi ouro na Rio-2016, recebendo o primeiro ouro brasileiro nos Jogos disputados em casa. Foi suspensa por doping e não participou de Tóquio.
Rafaela foi a primeira judoca brasileira campeã mundial, em 2013, e repetiu a conquista em 2022. Natural do Rio de Janeiro, ela é considerada a melhor judoca da história do esporte nacional.
Antes da semi, o ex-judoca Flávio Canto afirmou que Rafaela está com "o mesmo olhar" de quando conquistou o ouro. Ele destacou a concentração da medalhista, disse que ela está mais completa em seu jogo e que as duas atuações da brasileira nas vitórias em Paris dão otimismo para uma nova medalha. O primeiro lugar não virá, mas o bronze segue sendo uma possibilidade.
Quem acompanhou 2016, quando ela foi campeã, era o mesmo olhar, a atenção. Agora está mais madura e mais equilibrada no jogo dela. Muito boa no chão, na transição, teve uma vitória por uma chave de braço e na segunda ela atropelou uma atleta duríssima. A maneira como ela ganhou que dá mais otimismo para a gente sonhar com uma medalha hoje. Flávio canto, treinador de judô do Brasil. Flávio Canto, à CazéTV, após as quartas