COI vê sinal religioso de Rayssa como mal-entendido e pede foco em esporte
O COI (Comitê Olímpico Internacional) disse que espera que os atletas façam manifestações políticas e religiosas fora do campo de disputa ao comentar as mensagens da skatista Rayssa Leal durante a prova de skate, mas a entidade considerou que o caso parece ser "apenas um mal-entendido".
Em comparação com casos anteriores, a brasileira não deve sofrer nenhuma punição. O máximo que pode acontecer é uma carta de advertência feita pelo comitê internacional.
Durante suas provas, Rayssa Leal gesticulou para a câmera uma mensagem religiosa nos sinais de libra: "Jesus é o caminho, a verdade e a vida".
Pelas regras olímpicas, são proibidas manifestações religiosas ou políticas durante as provas ou no pódio. Perguntada pelo UOL, Rayssa disse que não sabia desse veto.
"Não conheço o caso. Obviamente parece um genuíno mal-entendido. O que vou falar é que o COI está feliz de os atletas se expressarem em coletivas, em redes sociais e outros lugares. No campo de disputa, nós tentamos manter nos esportes", disse o porta-voz do COI, Mark Adams.
A Rayssa Leal:
-- Amanda Vettorazzo (@Amandavettorazz) July 28, 2024
-Quebrou o recorde olímpico no Skate
-Classificada pra final e busca o ouro nas olimpíadas
-Ainda declarou em libras que "Jesus é o caminho, a verdade e a Vida".
Nossa fadinha é muito ídolo da nação!!
Vai Brasil!!! pic.twitter.com/lWSHGcEIsO
Nos Jogos do Rio-2016, Neymar usou uma bandana escrito "100% Jesus" no pódio ao receber a medalha de ouro. Não houve nenhuma punição.
Em outro caso, chineses usaram um pin de Mao Tsé-Tung no pódio. Depois disso, o COI enviou uma carta de advertência ao comitê olímpico chinês para que a atitude fosse evitada, mas não houve punições.
No passado, nas Olimpíadas do México-1968, atletas norte-americanos foram expulsos dos Jogos por fazerem o sinal do movimento "Black Power" no pódio. Mas saudações nazistas em 1936 no pódio foram toleradas.
Desde a prova, o COB e o estafe de Rayssa Leal informaram que a skatista não falaria mais sobre sua manifestação.
Colaborou Beatriz Cesarini, do UOL, em Paris
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