COI vê sinal religioso de Rayssa como mal-entendido e pede foco em esporte

O COI (Comitê Olímpico Internacional) disse que espera que os atletas façam manifestações políticas e religiosas fora do campo de disputa ao comentar as mensagens da skatista Rayssa Leal durante a prova de skate, mas a entidade considerou que o caso parece ser "apenas um mal-entendido".

Em comparação com casos anteriores, a brasileira não deve sofrer nenhuma punição. O máximo que pode acontecer é uma carta de advertência feita pelo comitê internacional.

Durante suas provas, Rayssa Leal gesticulou para a câmera uma mensagem religiosa nos sinais de libra: "Jesus é o caminho, a verdade e a vida".

Pelas regras olímpicas, são proibidas manifestações religiosas ou políticas durante as provas ou no pódio. Perguntada pelo UOL, Rayssa disse que não sabia desse veto.

"Não conheço o caso. Obviamente parece um genuíno mal-entendido. O que vou falar é que o COI está feliz de os atletas se expressarem em coletivas, em redes sociais e outros lugares. No campo de disputa, nós tentamos manter nos esportes", disse o porta-voz do COI, Mark Adams.

Nos Jogos do Rio-2016, Neymar usou uma bandana escrito "100% Jesus" no pódio ao receber a medalha de ouro. Não houve nenhuma punição.

Em outro caso, chineses usaram um pin de Mao Tsé-Tung no pódio. Depois disso, o COI enviou uma carta de advertência ao comitê olímpico chinês para que a atitude fosse evitada, mas não houve punições.

No passado, nas Olimpíadas do México-1968, atletas norte-americanos foram expulsos dos Jogos por fazerem o sinal do movimento "Black Power" no pódio. Mas saudações nazistas em 1936 no pódio foram toleradas.

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Desde a prova, o COB e o estafe de Rayssa Leal informaram que a skatista não falaria mais sobre sua manifestação.

Colaborou Beatriz Cesarini, do UOL, em Paris

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do informado no texto, o gesto feito por atletas norte-americanos em protesto contra o racismo foi feito nos Jogos Olímpicos do México, em 1968, e não nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A informação foi corrigida.

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