Brasil alcança seu maior feito na ginástica: bronze olímpico por equipes

O Brasil alcançou, nesta terça-feira (30), o maior feito da gloriosa história de sua ginástica artística, ao conquistar o bronze na prova mais importante do esporte, a final olímpica por equipes femininas. O ouro ficou com os EUA e, a prata, com a Itália. A diferença para a Grã-Bretanha foi de só 0,234.

A conquista veio em uma chance tida como única, porque o país conseguiu reunir em uma mesma seleção as estrelas de três diferentes gerações. A veterana Jade Barbosa, finalista também em 2008, Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade, que estão no terceiro ciclo olímpico, e a estreante e já finalista olímpica individual Julia Soares.

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Imagem: Ricardo Bufolin/CBG

A final não foi uma apresentação de gala do Brasil, com quase todas as apresentações piores do que das eliminatórias, mas a China, rival direta, errou bem mais.

A disputa acabou sendo contra a Grã-Bretanha, que se recuperou de eliminatórias ruins. O Brasil já conhecia sua nota final, 164.497, quando a Grã-Bretanha fez sua última apresentação, precisando de um 13,834. Alice Kinsella tirou 13,600 na trave, nota insuficiente. As brasileiras se abraçaram para festejar, mas, por respeito a Simone Biles, ainda no solo, esperaram a última nota para celebrar.

A prova

Flávia Saraiva machuca o rosto após sofrer queda no aquecimento para a final da ginástica artística nas Olimpíadas de Paris 2024
Flávia Saraiva machuca o rosto após sofrer queda no aquecimento para a final da ginástica artística nas Olimpíadas de Paris 2024 Imagem: Jamie Squire/Getty Images

A competição brasileira foi com susto. No aquecimento das paralelas, Flavinha sofreu um tombo estranho da barra alta, aparentemente bateu a proteção de pulso no rosto, e cortou o supercílio. Sangrando, precisou de atendimento médico e só voltou depois que Lorrane já havia se apresentado. Lorrane, inclusive, chegou à medalha olímpica cerca de três meses depois da morte da irmã mais nova.

Tanto Lorrane (13,000) quanto Flavinha (13,666) fizeram boas apresentações, mas não conseguiram cravar a aterrissagem e perderam alguns pontos na comparação com as eliminatórias. Rebeca, no caminho contrário, dessa vez acertou sua série. Tirou 14,533 e compensou as imprecisões das duas primeiras apresentações.

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Lorrane se apresenta nas barras assimétricas
Lorrane se apresenta nas barras assimétricas Imagem: Ricardo Bufolin/CBG

Na trave, porém, Julia Soares não conseguiu repetir a boa atuação das eliminatórias e chegou a cair do aparelho, tirou só 12,400. Menos mal, para o Brasil, que na apresentação seguinte quem caiu foi Yaqin Zhou, exatamente a chinesa que é a melhor do mundo na trave, favorita ao ouro. Um erro para cada lado, mas prejuízo maior para a China.

Na sequência, Flavinha teve dois desequilíbrios, mas se manteve em cima da trave e tirou 13,666. Era importante que ela acertasse a série para o Brasil recuperar o que perdeu nas eliminatórias, quando caiu. Isso só aconteceu parcialmente, enquanto a China viu Qiyuan Qiu acertar sua apresentação e tirar 14,600. Rebeca também precisou se segurar na trave, e saiu com 14,100.

Jade Barbosa
Jade Barbosa Imagem: Miriam Jeske/COB

O solo foi muito melhor. Julia começou com 13,233, levantando o público, e Flavinha se recuperou com uma série simplificada, mas bem executada, que mereceu 13,533. Rebeca fechou com 14,200.

Até este momento, o Brasil estava concorrendo diretamente com o bronze com a Grã-Bretanha. As brasileiras se apresentando no salto e, as britânicas, na trave. Jade foi a primeira, com uma chegada ruim e nota 13,366. Georgia-Mae Fenton tirou 13,566. Flávia fez 13,900, também com um passo extra. Rebeca melhorou: 15,100.

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Rebeca Andrade
Rebeca Andrade Imagem: Lionel Bonaventure/AFP

No fim, a tensão pela apresentação de Kinsella. Se ela tirasse 13,9, uma nota alta na trave, o bronze seria britânico. Ela até acertou a série, mas com uma nota insuficiente.

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