Do bronze ao ouro: quanto Rebeca pode ganhar do COB nas Olimpíadas?

A ginasta Rebeca Andrade ganhou sua primeira medalha nesta terça-feira (30) nas Olimpíadas de Paris 2024 — ela ainda vai disputar outras quatro finais. O bronze foi conquistado por equipe, ao lado de Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira.

Cinco oportunidades de pódio

Com o bronze, o prêmio de R$ 280 mil é dividido entre as 5 atletas, o que seria R$ 56 mil para cada uma. A premiação dos Jogos de Paris é 40% maior do que em relação às Olimpíadas de Tóquio 2020, segundo a COB.

Além da final por equipe, Rebeca disputará medalhas na individual geral, no salto, na trave e no solo. A ginasta brasileira terá a norte-americana Simone Biles como adversária em todas as finais.

A final do individual geral está prevista para quinta-feira (1º), também a partir das 13h15; a final de salto será no sábado (3), a partir das 11h20; as finais de trave e de solo ocorrem na segunda-feira (5), às 7h38 e às 9h23, respectivamente. Todos os horários são de Brasília. Flávia Saraiva também se classificou para a final no individual geral e Júlia Soares, na trave.

Se Rebeca conquistasse todas as cinco medalhas de ouro em disputa, ela ganharia também uma premiação no valor de R$ 1,54 milhão do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Esse valor é a soma de quatro medalhas individuais mais a divisão do valor pago para as atletas da equipe.

Caso a ginasta consiga apenas uma medalha de bronze individual, ela ganhará R$ 140 mil.

Os valores das premiações

O COB definiu os valores da premiação por medalhas nas modalidades individuais, em grupo (de dois a seis atletas) e coletiva (sete ou mais atletas). Os prêmios por equipe serão divididos pelos atletas.

A premiação dos Jogos de Paris será 40% maior do que em relação às Olimpíadas de Tóquio 2020, que por causa da pandemia da covid-19 foi realizada em 2021. O COB estima o pagamento de R$ 7,2 milhões em premiações. Esse montante está relacionado à meta do comitê de superar as 21 medalhas conquistadas na última edição dos Jogos Olímpicos e ao reajuste nos valores pagos pelos pódios.

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Individual

  • Ouro: de R$ 250 mil para R$ 350 mil
  • Prata: de R$ 150 mil para R$ 210 mil
  • Bronze: de R$ 100 mil para R$ 140 mil

Grupo (equipes de 2 a 6 atletas)

  • Ouro: de R$ 500 mil para R$ 700 mil
  • Prata: de R$ 300 mil para R$ 420 mil
  • Bronze: de R$ 200 mil para R$ 280 mil

Coletivo (sete ou mais atletas)

  • Ouro: de R$ 750 mil para R$ 1,05 milhão
  • Prata: de R$ 450 mil para R$ 630 mil
  • Bronze: de R$ 300 mil para R$ 420 mil
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Os valores pagos por medalhas aos atletas individuais brasileiros são maiores do que aos atletas dos Estados Unidos. Segundo um levantamento do jornal norte-americano USA Today, o Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA pagarão aos atletas US$ 37,5 mil (R$ 210 mil) pelo ouro, US$ 22,5 mil (R$ 126 mil) pela prata e US$ 15 mil (R$ 84 mil) pelo bronze.

Cada comitê estabelece a premiação não apenas com base na receita, com arrecadações governamentais e patrocínios privados, mas também pelo tamanho da delegação e as dificuldades que cada país tem para conseguir medalhas, explicou Ivan Martinho, professor de Gestão e Marketing Esportivo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).

Quem é Rebeca Andrade

Rebeca Andrade é o principal nome da equipe brasileira de ginástica artística e uma das maiores esperanças de medalhas do país. A paulista de 25 anos chegou aos Jogos Olímpicos de Paris 2024 com a possibilidade de se tornar a atleta com mais medalhas olímpicas do Brasil — atualmente, os recordistas são os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, com cinco medalhas cada.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, ela se tornou a primeira ginasta brasileira a ser campeã olímpica e a primeira atleta do país a ganhar duas medalhas numa mesma edição das Olimpíadas: uma de ouro e uma de prata. Na ocasião, ela recebeu a premiação de R$ 400 mil, sendo R$ 250 mil pelo ouro e R$ 150 mil pela prata.

Rebeca se tornou a primeira atleta brasileira a conseguir cinco pódios em uma mesma edição do Mundial de Ginástica. A ginasta conquistou uma medalha de ouro (no salto), três de pratas (equipes, individual geral e solo) e uma de bronze (trave) na Antuérpia, na Bélgica, em 2023. Ela já havia conseguido ouro no salto no Mundial de Kitakyushu, no Japão, em 2021, e no individual geral em Liverpool, no Reino Unido, em 2022.

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As conquistas mudam o tamanho e a vida dos atletas. Mas Rebeca conseguiu algo mais relevante: se manter grande. Hoje ela é líder de uma geração, é uma mulher vencedora, representa a diversidade e desafia o poder da Simone Biles, a maior ginasta de todos os tempos. E essa rivalidade também constrói idolatria e relevância.
Ivan Martinho, professor de Gestão e Marketing Esportivo da ESPM

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