Rafaela e Filipinho ampliam decepções do Brasil em Olimpíadas; veja lista

Apesar de alguns bons resultados, que dão esperança para os próximos dias, o Brasil deixou a segunda-feira (29) com um sabor amargo pela falta de medalhas em Paris. Principalmente com a expectativa pela ex-campeã olímpica Rafaela Silva no judô, que ficou fora do pódio após uma desclassificação. Outro resultado surpreendente foi o fracasso de Filipe Toledo, bicampeão mundial no surfe. Ele chegou a quebrar a prancha e caiu nas oitavas de final.

O que aconteceu

Rafa vinha em grande fase, conquistou o último campeonato mundial e disse em entrevistas que confiava em mais um ouro, como já havia acontecido no Rio-2016. Na ocasião, ela surpreendeu os principais nomes e se tornou campeã olímpica no judô, repetindo o feito de Sarah Menezes em Londres, quatro anos antes.

Já em Tehaupo'o, na Polinésia Francesa, Filipe Toledo foi vítima da primeira grande "zebra" do surfe nos Jogos. O brasileiro sofreu com um mar grande e acabou derrotado pelo japonês Reo Inaba, provocando até memes sobre a rivalidade brasileira contra o país oriental.

Em outras Olimpíadas, o Brasil também colecionou algumas decepções marcantes com favoritos ao ouro ou ao pódio. A maior concentração está nos Jogos de Sydney, quando tivemos muitos favoritos, mas nenhum título olímpico, algo que não ocorria desde Montreal-76.

Veja a lista abaixo

Barcelona-1992
O judoca Aurélio Miguel vinha do ouro em Seul-88, era um dos destaques, mas foi desclassificado nas fases iniciais em Barcelona. Em Atlanta, porém, se redimiu e ganhou bronze.

Atlanta-1996O futebol brasileiro colecionou decepções e ficou sem ouro até o Rio-2016. Mas, sem dúvida, a virada sofrida para a Nigéria nas semifinais de 1996 foi a mais dura. A seleção, atual campeã do mundo e que tinha Aldair, Roberto Carlos, Bebeto, Rivaldo e Ronaldo, vencia por 3 a 1, sofreu o empate e perdeu por 4 a 3 na prorrogação, com golaço de Kanu.

Então atual campeão olímpico, o time de vôlei masculino perdeu nas quartas de final para a Iugoslávia e ficou longe do pódio.

Sydney-2000Um capítulo à parte, as Olimpíadas da virada do milênio foram um baque para as esperanças dos brasileiros. Talvez a principal delas tenha sido a perda da final por Adriana Behar e Shelda, que dominavam o circuito de vôlei de praia. Ao menos, a dupla voltou com a prata para casa.

Mas a derrota mais curiosa foi a de Rodrigo Pessoa. Ele tinha grandes chances de ouro montando o famoso cavalo Baloubet du Rouet. Na última prova, no entanto, o animal refugou e fez o conjunto perder pontos preciosos. E com isso, claro, qualquer chance de medalha.

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Ainda na semifinal dos 100m livre, Gustavo Borges, que havia conquistado o bronze nessa prova em Atlanta, ficou em último lugar. Borges vinha de um ótimo ciclo olímpico, com medalhas em Mundiais e Pan-Americano.

Emanuel e Loiola eram super favoritos ao ouro no vôlei de praia. Mas decepcionaram e caíram logo nas oitavas de final.

Novamente, o futebol ficou marcado por um resultado desastroso. A seleção foi derrotada por Camarões nas quartas de final, na prorrogação, e nem teve a chance de subir ao pódio, o que aconteceu em quatro Olimpíadas consecutivas.

O velocista brasileiro Claudinei Quirino, principal esperança de medalha do Brasil no atletismo, decepcionou e terminou apenas na sexta posição na final dos 200m rasos.

Líderes na Classe Star e favoritíssimos ao ouro, os iatistas Torben Grael e Marcelo Ferreira erraram feio na última regata, queimando a largada. Com a punição, tiveram que se contentar apenas com o bronze.

Atenas-2004
A seleção de vôlei feminino tinha tudo para levar o primeiro título olímpico, mas ao perder uma histórica semifinal para a Rússia, no tie-break, as meninas se abalaram e não foram páreo para Cuba na disputa do bronze.

Vice-campeão mundial, Ricardo Winicki, o Bimba, chegou como líder isolado na última regata de sua categoria na vela em Atenas, mas não foi nada bem na reta final e ficou apenas em quarto lugar.

Daiane dos Santos brilhou no ciclo olímpico, com titulo mundial, e chegou à final do solo na ginástica artística como favorita ao pódio, com a lendária coreografia "Brasileirinho". Mas não foi tão bem como em apresentações anteriores e terminou em quinto.

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Pequim-2008
Um dos favoritos na ginástica, Diego Hypólito estava em grande forma, mas sofreu uma queda na final do solo e, consequentemente, ficou sem medalha.

O tatame do judô voltou a ser palco de decepções nas Olimpíadas, afinal, João Derly e Luciano Correia eram atuais campeões mundiais e foram eliminados ainda nas eliminatórias.

Londres-2012A vitoriosa carreira de Fabiana Murer não teve reflexo nos Jogos Olímpicos. Em Pequim, a organização perdeu uma de suas varas e ela ficou em quinto. Já em Londres, chegou como campeã mundial, errou quase todos os saltos na final e ficou bem longe da medalha.

Leandro Guilheiro pisou em Londres como líder do ranking mundial na categoria meio-médio (até 81kg) e medalhista de bronze em Atenas e Pequim. Mas foi eliminado nas quartas de final, perdeu a repescagem e terminou sua terceira Olimpíada de mãos abanando.

Diego Hypólito novamente caiu na apresentação decisiva no solo, frustrando o país que torcia muito por sua volta por cima. Quatro anos mais tarde, enfim se redimiu e levou a prata em casa, no Rio.

Rio-2016
No vôlei, o time feminino vinha do bicampeonato olímpico e permanecia como favorito. Entretanto, mesmo após uma primeira fase irretocável, a seleção caiu para a China nas quartas de final, por 3 sets a 2, e voltou a ficar sem medalha.

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Já na praia, Larissa e Talita, que chegaram como a melhor dupla do mundo, decepcionaram e não ficou nem no pódio.

No futebol feminino, as meninas viviam a expectativa do ouro, que saiu para os homens. No entanto, Marta e companhia não conquistaram nem uma medalha, após a derrota para o Canadá.

Tóquio-2020Na estreia do surfe, o astro Gabriel Medina ficou fora do pódio após dois títulos mundiais no surfe e criticou os juízes em decisão apertada contra o japonês Kanoa Igarashi (contra quem acaba de dar o troco, nesta Olimpíada). Pelo menos, Ítalo Ferreira garantiu o ouro para o Brasil na mesma competição.

O vôlei masculino não repetiu a campanha do título olímpico no Rio e ficou fora até mesmo do pódio. Pior: com uma derrota para a Argentina na disputa pelo bronze.

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