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Como duas raquetes explicam zebra histórica do tênis de mesa nas Olimpíadas

Do UOL, em Paris

31/07/2024 08h47

A história da maior zebra do tênis de mesa nos Jogos Olímpicos é a história de duas raquetes: uma destruída e uma consagrada.

Elas são dois personagens importantes na vitória do sueco Truls Moregard, número 26 do ranking, sobre o chinês Chiquin Wang, que lidera o ranking com quase o dobro de pontos dos demais.

Nesta quarta-feira (31), Wang entrou em quadra chateado. Na véspera, enquanto comemorava a medalha de ouro nas duplas mistas, um grupo de fotógrafos se aproximou para registrar o momento.

Na ânsia de conseguir a melhor imagem, um dos profissionais pisou na raquete de Wang, que estava no chão.

Creck!

O som da raquete se quebrando congelou o chinês, que parou a comemoração para cobrar explicações. Ele teve de ser acalmado por um dos treinadores da equipe. Mais calmo, disse depois que sabia que o fotógrafo não tinha feito aquilo por querer.

"Agora já aconteceu. Acho que ainda jogarei bem com minha raquete reserva. Talvez seja o destino", disse, pouco depois do ocorrido.

O que Wang não sabia é que o destino tinha outros planos. Jogando com a raquete reserva pela primeira vez, ele foi surpreendido por Moregard. E é aqui que começa a história de outra raquete.

O sueco, ao contrário da maioria dos rivais, não usa um equipamento arredondado. A raquete de Moregard tem um formato diferente, com arestas. O nome oficial é "Cybershape" — colocando em palavras e em português: meio diamante, meio octógono.

"Ela me ajuda porque é maior, tenho uma área de contato melhor com a bola. Comecei a usá-la três semanas antes do Campeonato Mundial em Houston, deu certo, então continuei usando", disse o sueco ao UOL.

Deu muito certo: naquele Mundial, em 2021, Moregard conquistou a medalha de prata. Na quarta rodada, ele perdia por 3 a 0 para o sul-coreano Jong-hoon Lim quando ficou enfurecido e jogou a raquete no chão.

A transmissão do evento deu um close na raquete, e o formato diferente chamou a atenção. Mais calmo, o sueco voltou para o jogo, venceu por 4 a 3 e foi derrotando adversários considerados mais fortes, até chegar à final.

Em Paris, ele parece disposto a fazer o mesmo. Um passo importante — e certamente o mais surpreendente — foi dado nesta quarta-feira.

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