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Esgrimista teve seu melhor resultado em Olimpíadas grávida de 7 meses

Nada Hafez. esgrimista do Egito, nas Olimpíadas de 2024, em Paris Imagem: Al Bello/Getty Images

Do UOL, em Paris

31/07/2024 13h00

Aos sete meses de gravidez, é normal começar a sentir a necessidade de diminuir o ritmo de trabalho e conviver com dores lombares, com aquelas pinçadas no ciático. E não disputar os Jogos Olímpicos. Mas uma esgrimista egípcia contrariou a regra, veio a Paris, ganhou um de seus embates, e está voltando para casa com a sensação de dever cumprido e pronta para ter um filho que já vai nascer com uma Olimpíada no currículo.

"O que pode parecer apenas duas jogadoras nas pistas, na verdade eram três. Eu, minha competidora e meu bebezinho que ainda não veio ao mundo", revelou a atleta Nada Hafez, de 26 anos, após competir em Paris.

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A esgrimista está em sua terceira Olimpíada, mesmo com apenas 26 anos, e competiu com sete meses de gravidez. A esgrima começa com 64 competidoras na competição individual de sabre feminino. Hafez estava entre as 16 finalistas e acabou perdendo para a coreana Jeon Hayoung com um placar de 15-7. Com isso, terminou em 16º lugar.

O rendimento dela acabou sendo melhor do que o de suas duas primeiras participações. Nos Jogos do Rio, ela tinha ficado em 36º e em Tóquio, em 29º. Mesmo assim, a egípcia não escapou das críticas nas mídias sociais, com comentários dizendo que ela competiu apenas pensando em si mesma e não no que era melhor para o Egito.

Em seu instagram, a esgrimista comentou que "a montanha-russa da gravidez é difícil por si só, ter que lutar para manter o equilíbrio entre a vida e os esportes foi nada menos que extenuante, mas valeu a pena. Estou escrevendo para dizer que o orgulho enche meu ser por eu ter garantido meu lugar nas oitavas".

Antes da esgrima, a atleta praticava ginástica artística e competia em nível nacional. Hoje, ela também é patologista clínica.

Atletas mães vão ganhando espaço no alto rendimento

A primeira rodada do torneio feminino de tênis colocou frente a frente Naomi Osaka e Angelique Kerber. Em comum, as duas tinham obtido o feito de terem chegado ao número 1 do ranking da ATP. E também de terem voltado ao esporte de rendimento depois de serem mães, nos primeiros Jogos Olímpicos que contam com um berçário em plena vila olímpica.

É uma história que se soma aos vários relatos de mulheres que estão conciliando suas vidas de atleta com a maternidade. Estes Jogos Olímpicos têm o maior número de atletas mães da história, o que tem relação com a evolução do conhecimento sobre o corpo feminino e o esporte de alto rendimento. Se antes havia a noção de que atletas teriam que esperar o fim de suas carreiras para se tornarem mães, vários exemplos práticos vêm fazendo isso cair por terra.

Há relatos de atletas que voltaram com níveis melhores de percentual de gordura e condicionamento físico. E muitas sentem que a mudança do estilo de vida em si e das prioridades após começar uma família também podem ser positivos.

Helen Glover foi escolhida para ser porta-bandeira do Reino Unido, com Tom Daley Imagem: Naomi Baker/Getty Images

"Ter filhos te deixa mais forte em diversas formas", diz uma das estrelas do Reino Unido, Helen Glover, medalha de ouro no remo em Londres-2012 e Rio-2016, que chegou a se aposentar do esporte para começar uma família, mas decidiu voltar e se classificou para Tóquio 18 meses depois do nascimento de seus gêmeos, e está disputando a Olimpíada de Paris.

"Se você tem um programa de treinamento e teve só três ou quatro horas de sono, você ainda assim vai treinar. Antes de eu ter filhos, eu dormia o triplo do tempo, tinha o triplo da recuperação, não comia resto de comida fácil de fazer só porque não tinha tempo. Mas ter filhos é muito mais difícil que o treinamento."

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