Estados Sumidos: EUA ainda não engrenaram em Paris (culpa da natação)
Do UOL, em Paris e São Paulo
31/07/2024 12h02Atualizada em 01/08/2024 10h05
A NBC postou hoje em sua conta no Instagram um quadro de medalhas em que os EUA aparece em primeiro lugar. Mas, se você olhar na contagem do UOL, vai ter de procurar um pouco até encontrar a bandeirinha americana.
É que, cinco dias após a cerimônia de abertura, o país tem apenas cinco medalhas de ouro (para referência, às 18h do dia 31, já que essa é uma informação dinâmica). Na contagem tradicional, em que o número de ouros define a classificação, isso vale apenas para a sétima posição —a China soma oito e lidera o quadro.
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Nós temos a maior quantidade de medalhas, então não sei o que você está perguntando. Se tivermos a maior quantidade de medalhas, então tudo bem. Não sei quantas deveríamos ter, mas temos a maior quantidade. O atletismo ainda não começou e a natação ainda não terminou.
Coco Gauff, tenista americana
Aquele quadro da NBC levava em conta o total de conquistas —quando a publicação foi feita, eram 26 pódios dos EUA, com 18 para a França, em segundo lugar (às 18h de hoje, quando essa reportagem foi fechada, o número já era 30 e 26). Essa ginástica tem muito a ver com os dois grandes vilões da Olimpíada para os americanos até agora: o calendário e a piscina da arena La Défense.
Esportes dominados por rivais
Todos os especialistas em quadros de medalhas já previam que, nos primeiros dias, os EUA iriam sofrer. O período foi dominado por esportes em que os asiáticos sãos os melhores do mundo.
- A China ganhou três títulos títulos olímpicos no tiro esportivo e mais três nos saltos ornamentais (os outros foram no BMX freestlyle feminino e nas duplas mistas do tênis de mesa) -- e ainda roubou uma dos EUA, com Zhanle Pan, nos 100m livre masculino da natação.
- O Japão está surfando no sucesso do judô (três ouros) e do skate (dois).
- Até a Coreia do Sul (hoje é sexta) já liderou o quadro, com medalhas no tiro esportivo (2) e no tiro com arco (2).
Natação vai ao pódio, mas não vence
A esperança era que a natação compensasse isso, afinal há 3 anos, foram 11 medalhas de ouro. Só que, após o quarto dia (de oito) de competição na piscina, os americanos conquistaram 17 medalhas, mas só três de ouro, com Torri Huske, nos 100m borboleta feminino, no revezamento 4x100m livre masculino e com Katie Ledecky, nos 1500m livre feminino.
O ouro não veio em sete provas em que havia expectativa disso:
- 400m livre feminino, com a multicampeã Katie Ledecky (bronze).
- 200m livre masculino, com Luke Robson (bronze).
- 100m costas masculino, com Ryan Murphy (bronze).
- 100m peito feminino, no qual os EUA esperavam o ouro com Lilly King, mas acabaram fora do pódio.
- 100m costas feminino, com EUA (prata e bronze).
- 800m livre masculino, com Bobby Finke (prata).
- 100m livre feminino, com Torri Huske (prata).
Maior rival, a Austrália até o momento tem 4 ouros. Mas o problema não é nem esse: algumas das provas que os EUA esperavam subir ao lugar mais alto do pódio foram vencidas por países diferentes, como Irlanda, Itália, África do Sul, Romênia e Suécia. Favorita ao ouro nos 400m livre feminino, Ledecky lamentou o terceiro lugar, mas reconheceu o quanto as rivais Ariarne Titmus (Austrália) e Summer McIntosh (Canadá) vieram fortes na prova.
"Ainda sinto que tinha muito a dar ali na piscina, e essa não foi a minha melhor performance da temporada, mas ainda assim consegui uma medalha. Sabíamos que seria uma ótima prova, com tantas competidores excelentes na competição. Eu tinha consciência de que seria difícil e todas fizeram uma ótima prova, Titmus e Summer nadaram muito, muito bem".
Quando as coisas devem virar?
As manobras com o quadro de medalhas dos americanos param a partir de sexta-feira. O atletismo começa amanhã, com a marcha atlética, mas na pista, onde o domínio dos EUA é absoluto, só no dia 2.
Além disso, a final do individual geral feminino na ginástica artística, em que Simone Biles é a grande favorita (Rebeca Andrade é sua maior rival), também está marcada para amanhã. E, quando começarem as finais por aparelhos, no dia 3, as ginastas também vão colaborar para a subida americana.