Bala Loka fica sem medalha na final na estreia do Brasil no BMX freestyle
Gustavo Batista de Oliveira, o Bala Loka, fez uma final histórica no Ciclismo BMX freestyle nas Olimpíadas de Paris, mas terminou em sexto e ficou fora do pódio. Foi a estreia do Brasil na modalidade, que entrou no circuito olímpico nos Jogos de Tóquio.
O que aconteceu
Bala Loka fez 90.2 em sua primeira corrida. O brasileiro acertou todas as suas manobras na pista durante a apresentação de um minuto, com diversos giratórios aéreas e 360º no ar. Foi o segundo a entrar na pista e deu show, melhorando as notas que tirou nas duas corridas no classificatório.
Porém, ele não conseguiu melhorar a nota na segunda tentativa e ficou fora do pódio, terminando em sexto. Diferentemente do classificatório, que somava as duas notas, a pontuação da final considerava a melhor corrida — uma queda, portanto, não significava eliminação direta. Bala Loka estava em quarto após sua apresentação, e depois foi ultrapassado por mais dois atletas.
O ouro ficou com o argentino Gil Jose Torres, com 94.82, que teve a primeira conquista sul-americana em Paris. A prata foi do britânico Kieran Reilly (93.91), enquanto o francês e favorito Anthony Jeanjean (93.76) ganhou o bronze.
O brasileiro de 21 anos fez a sua estreia olímpica e conquistou o melhor resultado da história do ciclismo brasileiro — até então, era o 7º lugar de Flávia Oliveira no Ciclismo estrada na Rio-2016. Ele é o 8º do ranking, ficou no top 10 no último Mundial da modalidade e conquistou o bronze no Pan-Americano de Santiago. Se classificou com média de 85.79 pontos em suas duas voltas, terminando em oitavo das nove vagas na final.
O Ciclismo BMX freestyle entrou nos Jogos na última edição, em Tóquio-2020, mas não teve nenhum brasileiro na disputa. O campeão foi o australiano Logan Martin, que ficou fora do pódio em Paris.
Bala Loka carrega o apelido desde os sete anos, quando tentou um salto em uma rampa alta para a idade. Foi rápido demais, caiu e desmaiou, mas ficou marcado para sempre após ter impressionado quem estava na pista pela velocidade e ousadia. É natural de Carapicuíba, em São Paulo.
Como foi a prova
Bala Loka o segundo a entrar na pista e deu show, passando a casa dos 90. Ele melhorou as notas que tirou nas duas corridas no classificatório para assumir a liderança provisória. No entanto, ocupou o posto por pouco tempo, já que o argentino José Torres Gil teve uma performance gigantesca. A nota até demorou a sair e gerou momentos de apreensão para o argentino, mas a espera valeu a pena: recebeu 94,82, a maior nota até então, considerando também as do classificatório.
O francês Anthony Jeanjean caiu após a primeira manobra, enroscando o pé na roda traseira da bike, e até perdeu o tênis. O número 1 do ranking não conseguiu esconder a frustração com a largada ruim. Ouro em Tóquio, o australiano Logan Martin também caiu, mas no final de sua volta. O brasileiro terminou em quarto após a primeira corrida dos adversários, sem ultrapassado por centésimos pelo japonês Rimu Nakamura e pelo britânico Kieran Reilly, que assumiu a vice-liderança.
O brasileiro foi para a sua segunda tentativa com a necessidade de melhorar a nota para sonhar com a medalha. Precisaria pelo menos superar a pontuação de Nakamura e "secar" os adversários que viriam depois, mas não conseguiu fazer mais de 90. Recebeu 88.88 dos jurados e viu as chances de pódio acabarem, embora sua participação na final já tenha entrado para os livros do esporte brasileiro.
Nakamura melhorou sua nota em terceiro para 90.89, mas saiu do pódio para a entrada de Jeanjean, que se redimiu da primeira queda, impressionou e levantou a torcida francesa em casa, recebendo 93.76 e pulando para segundo. O australiano Martins também se desequilibrou na segunda tentativa e ficou fora do pódio, após ter ocupado a posição máxima em Tóquio. Último a se apresentar, o britânico Reilly teve mais uma corrida avassaladora, aumentou para 93.91 e conquistou a prata, empurrando o francês e favorito para o bronze.
O argentino foi o primeiro sul-americano a conquistar o ouro em Paris. Antes de sua conquista, o Brasil era o único país do continente que havia ganhado medalhas nesta edição das Olimpíadas — uma prata e três bronzes.
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