'Pensei em abrir mão da Olimpíada', diz Lorrane, bronze após morte da irmã

A preparação para os Jogos Olímpicos não foi como Lorrane Oliveira sonhou. Nem a conquista da medalha de bronze. A morte repentina da irmã, Ana Luiza, de 21 anos, foi um enorme baque, que a afastou do ginásio em diversas oportunidades.

"Foi uma fase difícil para mim, não esperava passar por isso e nem estar na minha segunda edição de Jogos Olímpicos de luto. Confesso que pensei em desistir e não vir, abrir mão", contou ela, no pouco com a imprensa que falou após a conquista da medalha de bronze.

Ela vive um "misto de sentimentos", pelo que contou. A felicidade pela medalha, claro, e a tristeza de não ter a irmã, de quem era bastante próxima, por perto.

A morte aconteceu quando Lorrane disputava uma competição por equipes, chave para a preparação para Paris, na Itália. Ela voltou para o Rio, e depois disso foi difícil voltar à ginástica. "Às vezes eu não fazia nada e só precisava de um abraço e elas estavam ali, toda minha equipe multidisciplinar, principalmente a psicóloga Aline (Wolff), meu psiquiatra Helio. Eles foram essenciais nessa fase. Se não fosse por eles, não estaria aqui, minha família, todos os amigos...", agradeceu.

De acordo com Lorrane, a equipe foi fundamental no seu retorno. Atleta do Flamengo, ela costuma treinar no CT do COB com Flávia, Rebeca e Jade. "Essa equipe maravilhosa me ajudou diariamente, me deram o tempo que eu precisava. O meu treinador me apoiou. Voltei para o Brasil, fiquei umas duas ou três semanas sem treinar, foi difícil, eu chorava todos os dias, tinham dias em que eu não treinava, mas elas sempre me apoiaram."

Assim, Lorrane não conseguiu fazer a preparação adequada para os Jogos Olímpicos. Natural que não tenha feito seu melhor no aparelho onde mais ajuda o Brasil, as paralelas. Ainda assim, o necessário para ajudar na conquista do bronze.

"Eu fico triste por isso, mas ao mesmo tempo feliz porque depois de tudo o que eu passei, eu consegui estar aqui, fiz o melhor que eu podia para representar o meu país, a minha família e minha equipe. Agora, sou mais uma medalhista olímpica, pude contribuir para isso. Essa medalha é para todo o Brasil, para Deus e minha irmã porque ela sonhava, tinha esse sonho junto comigo. Ela deve estar muito feliz e orgulhosa de nós."

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